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EUA têm recorde de crianças internadas com covid-19

8 de agosto de 2021

Atualmente, 1.450 crianças estão em hospitais devido à doença. Embora país não enfrente escassez de vacinas, apenas 49% da população está completamente imunizada.

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Foto mostra menina sendo vacinada. Ela usa máscara e está de vestido. Um profissional da saúde aplica a vacina. Ele veste roupa roxa e luvas azuis. Os dois estão sentados.
EUA começou a vacinar em maio crianças e adolescentes a partir de 12 anosFoto: Marta Lavandier/AP Foto/dpa/picture alliance

Os Estados Unidos anunciaram neste domingo (08/08) que registram atualmente o maior número de crianças hospitalizadas com covid-19 desde o começo da pandemia.

De acordo com o diretor dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês), Francis Collins, são 1.450 crianças internadas com a doença.

Em entrevista à ABC News, Collins disse que o país nunca deveria ter chegado ao ponto atual, com um aumento dos casos de coronavírus devido à variante delta.

Segundo Collins, as mortes aumentaram 89% nas últimas semanas e crianças e jovens estão cada vez mais gravemente doentes.

No entanto, milhões de cidadãos americanos, especialmente em partes conservadoras do país, continuam se recusando a ser vacinados, embora o país conte com uma ampla gama de imunizantes.

Apenas 49% da população americana está completamente imunizada contra a covid-19, de acordo com dados da plataforma Our World in Data, da Universidade de Oxford. 

"Temos vacinas que sabemos que são altamente eficazes e seguras. No entanto, metade do país ainda não está completamente vacinado", alertou Collins.

Collins frisou que os EUA estão pagando "um preço terrível" em meio ao rápido aumento dos casos, principalmente entre pessoas não vacinadas.

"Se tivéssemos sido mais bem-sucedidos em fazer com que todos fossem vacinados, não estaríamos nesta situação", disse Collins, frisando que "quase todas as mortes são de pessoas não imunizadas".

O país começou a vacinar em maio crianças e adolescentes com mais de 12 anos. No entanto, nenhum imunizante ainda foi aprovado para menores de 12 anos, o que deixa a faixa etária mais vulnerável a ser prejudicada pelas pessoas que se recusam a se vacinar. 

Embora tenha indicado que não há "dados rigorosos" que sugiram que a variante delta é mais grave para as crianças, Collins admitiu que está atento à preocupação de pediatras porque neste novo pico da doença "as crianças que estão no hospital são mais numerosas e estão mais gravemente doentes".

Uso de máscara nas escolas gera polêmica

Collins alertou que o vírus pode se espalhar ainda mais se os milhões de crianças que em breve voltarão às aulas após as férias de verão não forem obrigadas a usar máscaras nas escolas.

O governador republicano da Flórida, Ron DeSantis, por exemplo, proibiu que máscaras sejam exigidas nos colégios, embora o estado tenha sido particularmente atingido pela recente onda de coronavírus.

O fato de os debates sobre vacinas e máscaras serem explorados politicamente foi alvo de duras críticas de Collins. Para ele, usar máscaras e tomar vacina não significam usurpação de liberdades civis e nem uma mensagem política, mas medidas de proteção contra um vírus mortal.

Ele pediu aos pais para que pensem nas máscaras como um "dispositivo médico que salva vidas" e não como uma "declaração política ou uma invasão das suas liberdades". Segundo ele, o uso das máscaras impedirá surtos que forçariam uma volta ao ensino a distância.

O presidente da Federação Americana de Professores (AFT, na sigla em inglês), Randi Weingarten, disse à NBC News que 90% dos professores do sindicato foram vacinados e admitiu que pode reconsiderar a política de imunização voluntária dos seus membros.

"Creio que as circunstâncias mudaram e que a vacinação é uma responsabilidade comunitária", analisou, ao confessar que estava "muito preocupado" com o fato de as crianças com menos de 12 anos ainda não poderem ser vacinadas.

Segundo Weingarten, existem "objeções e isenções religiosas e médicas significativas", que disse serem importantes na política de vacinação. Como exemplo, citou a decisão do presidente Joe Biden de permitir que as pessoas escolham entre vacinas e testes regulares.

"Acredito que a combinação de vacinas e máscaras irá proteger os nossos filhos mais novos", afirmou.

Por enquanto, o governo americano descarta tornar obrigatória a imunização contra a covid-19.

le (afp, efe)