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Força-tarefa começa a atuar em presídio de Alcaçuz

25 de janeiro de 2017

Ministro da Justiça confirma envio, ao Rio Grande do Norte, de agentes penitenciários especialmente treinados para agir em rebeliões. Grupo faz parte da Força Nacional.

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Penitenciária de Alcaçuz enfrenta uma rebelião de presos há mais de dez diasFoto: Getty Images/AFP/A. Anholete

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, comunicou que os primeiros homens da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) devem começar a chegar ao Rio Grande do Norte nesta quarta-feira (25/01). A força-tarefa é o braço penitenciário da Força Nacional de Segurança e é composta por agentes penitenciários cedidos pelo governo federal e por governos estaduais para atuar em presídios onde ocorram rebeliões.

Antes da formação desse grupo, a Força Nacional não podia atuar em presídios por ser composta basicamente por policiais militares. Os agentes penitenciários da força-tarefa são treinados ou têm experiência para atuarem nessas instituições e utilizarão equipamentos específicos. A portaria que criou a força-tarefa foi publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial da União.

No total, a força-tarefa tem cem agentes, dos quais uma parte irá imediatamente para o Rio Grande do Norte a pedido do governador Robson Faria. Eles ajudarão a manter a ordem na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal, enquanto ocorrem as obras de reconstrução do presídio, que foi depredado após a última rebelião.

Na terça-feira, tropas especiais da Polícia Militar voltaram a entrar em Alcaçuz. Segundo a Secretaria Estadual da Segurança Pública e da Defesa Social, os policiais revistaram as celas e dependências da unidade em busca de armas, aparelhos celulares e drogas, além de recontar os detentos e garantir a segurança das equipes que estão erguendo um muro de contêineres para separar os presos de facções criminosas rivais.

Brasilien Alcaluz Gefängnisaufstand
Penitenciária de Alcaçuz enfrenta uma rebelião de presos há mais de dez diasFoto: Getty Images/AFP/A. Anholete

A penitenciária de Alcaçuz vive uma guerra entre duas facções desde 14 de janeiro, quando pelo menos 26 presos foram assassinados num confronto entre membros das facões PCC (Primeiro Comando da Capital) e Sindicato do Crime do Rio Grande do Norte. Depois disso, boa parte da unidade passou a ser controlada pelos detentos.

Agora, o plano das autoridades de segurança pública é manter homens das tropas especiais no interior do estabelecimento até a conclusão da instalação dos seis últimos contêineres, antes de iniciar a construção do muro definitivo, de concreto, que dividirá a área interna da penitenciária. Segundo Moraes, o grupo deve auxiliar a "reconquistar a manter a normalidade em Alcaçuz, para que as obras sejam feitas".

Segundo a Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social, o muro definitivo deve ficar pronto em pouco mais de 15 dias. As placas pré-moldadas já foram encomendadas e, segundo o fabricante, devem ser entregues em cerca de dez dias.

PV/abr/ots