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Funeral simples para o rei Abdullah

23 de janeiro de 2015

Cerimônia rápida e simples é acompanhada por governantes de vários países árabes. Corpo do rei Abdullah é enterrado numa cova anônima, como determina tradição local.

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Cortejo com o corpo do rei Abddullah chega a mesquita em RiadFoto: Reuters/Faisal Al Nasser

O funeral do rei Abdullah reuniu diversos líderes estrangeiros nesta sexta-feira (23/01) numa mesquita em Riad, capital da Arábia Saudita.

Os restos mortais do rei, que morreu esta madrugada, foram cobertos com um pano, transportados numa espécie de maca para a mesquita Imam Turki e depositados no chão antes de um clérigo começar as orações, que se iniciaram com a tradicional invocação Allahu Akbar (Deus é grande).

A breve oração foi dita na presença dos membros da família real, incluindo o novo rei, Salman bin Abdulaziz al-Saud, e vários líderes de países árabes e muçulmanos.

Um dos primeiros a chegar foi o vice-primeiro ministro do Omã, Fahd bin Mahmud al-Said, que se fez acompanhar de uma delegação de alto nível. Presentes no funeral estiveram também o rei Abdallah 2º, da Jordânia, e o primeiro-ministro e o presidente egípcios, Ibrahim Mehleb e Abdel Fatah al-Sisi, que cancelou a participação no Fórum Econômico Mundial, que acontece em Davos, na Suíça.

Também estavam presentes o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan; o primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif; o rei Hamad do Bahrein; o emir do Catar, Tamin bin Hamad al-Thani; o emir do Kuwait, xeque Sabah al-Ahmad al-Sabah; uma delegação dos Emirados Arábes; e líderes do Sudão e da Etiópia.

O cortejo até a mesquita foi acompanhado por uma multidão. No fim do funeral, o corpo do rei foi carregado por familiares do sexo masculino para o cemitério público, onde foi enterrado sem nenhuma cerimônia.

De acordo com as tradições muçulmanas, o corpo do rei Abdullah foi vestido de branco e envolto com um pano simples. O rei foi enterrado numa cova anônima, da mesma forma que seu antecessor, o rei Fahd, que faleceu em 2005. Também não foi decretado um período de luto oficial na Arábia Saudita.

A morte do rei Abdullah foi festejada por extremistas islâmicos nas redes sociais, que o consideravam um "servo" dos americanos. "Ele enviou seus aviões para matar muçulmanos na Síria. Ele prendeu homens e mulheres muçulmanas e onde havia guerra contra jihadistas, ele era o primeiro", escreveu um homem identificado com militante do "Estado Islâmico" (EI). Integrantes da Al Qaeda e do EI usaram o hastag "morte de um tirano" para festejar o falecimento do rei Abdullah.

König Salman Antirittsrede 23.01.2015
Novo rei Salman anuncia continuidadeFoto: Reuters/Saudi Press Agency

Sem mudanças

O novo rei da Arábia Saudita Salman, de 79 anos, afirmou que manterá a linha política de seu antecessor. "Nós vamos continuar, com o apoio de Deus, a manter o caminho certo pelo qual este país tem avançado desde seu estabelecimento pelo falecido rei Abdulaziz", disse o rei, em discurso transmitido pela televisão estatal.

O novo rei também se referiu ao caos causado no Oriente Médio com a expansão do grupo extremista "Estado Islâmico" no Iraque e na Síria. "As nações árabes e islâmicas têm a necessidade extrema de solidariedade e coesão", disse.

Uma das primeiras decisões de Salman foi nomear seu sucessor, o príncipe Muqrin, de 69 anos. O rei também determinou que o príncipe Mohammed bin Nayef será o segundo na linha de sucessão do trono. Nayef, sobrinho de Salman, é o primeiro neto de Abdulaziz a ter um lugar de destaque no reinado. Desde a morte do fundador do reino saudita, em 1953, apenas seus filhos haviam sido nomeados na linha de sucessão.

Petróleo volta a subir

O anúncio da morte do rei Abdullah levou o preço do petróleo voltar a subir após meses de queda. O barril do tipo Brent, por exemplo, estava sendo negociado na abertura dos mercados europeus a 49,68 dólares, 1,16 dólar mais caro que na quinta-feira.

A Arábia Saudita é o maior exportador de petróleo do mundo e também um importante aliado e parceiro comercial dos Estados Unidos. A aliança entre os dois países inclui também o combate à Al Qaeda.

CN/rtr/dpa/ap/lusa