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Material bélico

12 de junho de 2007

O mundo se arma cada vez mais, afirma o Instituto de Pesquisas da Paz, sediado em Estocolmo. O instituto acaba de divulgar seu relatório sobre armas, desarmamento e segurança internacional para 2007.

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Gastos militares aumentaram 37% em dez anos

Segundo o Instituto de Pesquisas da Paz (Sipri), sediado em Estocolmo, o mundo não parou de se armar em 2006. Os gastos militares registraram um aumento de 3,5% no ano passado em relação a 2005, chegando a mais de 1,2 trilhão de dólares (cerca de 900 bilhões de euros). No período entre 1997-2007, os gastos militares cresceram 37%.

À frente da corrida armamentista, estão os Estados Unidos, país responsável por quase metade dos gastos mundiais com armamentos, seguido do Reino Unido, França, China, Japão e Alemanha.

O relatório apresentado na segunda-feira (11/06), na capital sueca, aponta ainda a Alemanha como a terceira maior exportadora mundial de material bélico. O país exportou, no ano passado, armamentos no valor de 3,9 bilhões de dólares, mais do que o dobro de 2005, quando foram exportados cerca de 1,5 bilhão de dólares.

Comércio internacional de armamentos

Indien Waffenhandel Polizei mit beschlagnahmten Waffen
Índia é um dos maiores importadores de armamentosFoto: AP

Enquanto na Europa Ocidental, no entanto, o orçamento bélico diminuiu, a Europa Oriental foi a região em que os gastos com armamentos mais cresceram em 2006.

Segundo o Sipri, o comércio internacional de armamentos aumentou em 50% desde 2002 e os maiores exportadores continuam a ser os Estados Unidos e a Rússia. China e Índia, por sua vez, foram os maiores compradores, abastecendo-se principalmente da Rússia.

"Os Estados Unidos e os países da União Européia (UE) continuam a abastecer o Oriente Médio com uma enorme quantidade de armas", comentou Siemon Wezeman, especialista do instituto sueco. Juntos, os países da UE teriam a mesma parcela de mercado que Estados Unidos e Rússia, cerca de 30%.

Bons negócios também fizeram os fabricantes de armamentos: as cem maiores empresas de material bélico aumentaram suas vendas, no ano de 2005, em torno dos 3%, chegando aos 290 bilhões de dólares. A parcela de mercado de companhias com sede nos Estados Unidos e na Europa Ocidental chegou aos 92%.O instituto informou não dispor dos números referentes a 2006.

Número de guerras inalterado

Principalmente o combate ao terrorismo foi responsável pelo aumento dos gastos com armamentos dos norte-americanos, explica o Sipri, acrescentado que as chances para uma diminuição dos gastos mundiais com material bélico são pequenas, enquanto os EUA estiverem em guerra.

Em 2006, o número de guerras estacionou em 17, a mesma quantidade registrada em 2005. Ekaterina Stepanova, especialista do Sipri, afirma que nenhuma destas guerras foi travada entre Estados. "Enquanto a maioria das formas de violência política armada some ou se estabiliza, no início do século 21, o terrorismo está claramente em ascendência", explica Stepanova.

Potências atômicas

Franzosen bauen Nukleararsenal aus
Potências nucleares modernizam suas armasFoto: AP

O relatório anual do instituto contabilizou ainda o número de armas nucleares do clube de potências atômicas: EUA, Rússia, França, Reino Unido e China possuíam, juntos, mais de 26 mil ogivas nucleares no início de 2007.

Ainda que este número esteja diminuindo gradualmente, a modernização do arsenal nuclear dos cinco países já estaria em execução ou, pelo menos, em planejamento, acrescenta o documento.

"As decisões tomadas pelo cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU manterão armas nucleares em seus arsenais para além de 2050", afirmou Ian Anthony, chefe do Projeto de Controle de Exportação e Não-Proliferação do Sipri. (ca)