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Grupos armados prometem libertar crianças-soldados na RCA

5 de maio de 2015

Milhares de menores devem ser soltos na República Centro-Africana, onde a Unicef estima que até 10 mil crianças estejam nas mãos de milícias. Elas são usadas como combatentes e também para fins sexuais.

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Foto: Getty Images/AFP/S. Kambou

Líderes de grupos armados na República Centro-Africana concordaram nesta terça-feira (05/04) em libertar milhares de crianças-soldados e acabar com o recrutamento de menores, afirmou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A agência da ONU estima que entre 6 e 10 mil crianças estejam nas mãos de facções armadas no país.

"A República Centro-Africana é um dos piores lugares do mundo para ser criança, e o Unicef está ansioso para trabalhar com as autoridades locais para ajudar a reunir essas crianças com suas famílias", disse Mohamed Malick Fall, representante do Unicef.

As crianças a serem libertadas são usadas como combatentes, para fins sexuais ou desempenham funções como cozinheiras ou mensageiras.

O acordo para libertá-las foi assinado durante um fórum de reconciliação na capital Bangui. O evento foi apoiado pelo Unicef e teve como objetivo restaurar a paz no país, que vive uma onda de violência desde um golpe de Estado em 2013. As partes que assinaram o acordo vão agora estabelecer uma data para libertar as crianças.

Em meio à escalação do conflito entre milícias muçulmanas e cristãs, milhares foram mortos. Cerca de 50 mil pessoas foram forçadas a fugir para países vizinhos e outras 20 mil foram deslocadas dentro do próprio país desde dezembro do ano passado.

O número de deslocados desde dezembro de 2013 chega a quase 900 mil. O Unicef fala "numa das piores e mais invisíveis crises humanitárias do mundo".

Em 2014, a agência da ONU colaborou para a libertação de mais de 2,8 mil crianças das mãos de grupos armados na República Centro-Africana, e outras 500 foram soltas em 2013. Cerca de metade dos 4,6 milhões de habitantes do país vive em pobreza extrema e necessita de ajuda humanitária, segundo a ONU.

LPF/afp/dpa