Grécia e credores partem para nova rodada de negociações
24 de junho de 2015O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, volta a se reunir nesta quarta-feira (24/06) com os credores internacionais em Bruxelas para as últimas conversas sobre o resgate econômico do país. Atenas tem até 30 de junho para pagar uma dívida de 1,6 bilhão de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
Participam do encontro o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, e a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde.
No início da semana, Tsipras apresentou o plano de reformas exigido pelos líderes da zona do euro para liberar a última parcela do programa de resgate econômico da Grécia, no valor de 7,2 bilhões de euros.
Já em Atenas, membros do próprio partido de Tsipras, o Syriza, criticaram as medidas de controle de gastos, e afirmaram que vão impor obstáculos à aprovação da proposta no parlamento grego.
A reforma econômica, que prevê aumento de impostos e da contribuição da aposentadoria, daria um incremento de cerca de 8 bilhões de euros ao orçamento do país até 2016.
Ministros das finanças da zona do euro devem se reunir na noite desta quarta-feira para avaliar as propostas, na véspera da reunião de dois dias dos líderes dos 28 países-membros da União Europeia, marcada para quinta e sexta-feira.
O porta-voz do governo grego, Gabriel Sakellaridis, afirmou que o país está próximo de alcançar um acordo antes do fim de semana. Ele destacou que o aumento dos impostos proposto por Tsipras afeta mais as camadas de alto poder aquisitivo do que os assalariados e aposentados.
Problemas em casa
Mas Sakellaridis pondera que ainda há entraves. "Se o acordo não for aprovado pelos deputados da maioria governamental, o governo não poderá continuar no poder", declarou.
Conseguir a aprovação do parlamento será mais uma tarefa difícil para Tsipras. Eleito em janeiro com um discurso antiausteridade, o líder do partido radical de esquerda Syriza teve de contrariar o discurso de campanha e apresentar as propostas de contenção de gastos para convencer os principais financiadores da dívida grega, depois de meses de impasses nas negociações.
KG/afp/ap