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May quer votar Brexit na semana de 14 de janeiro

17 de dezembro de 2018

Com dificuldade para promover o acordo negociado com a UE, primeira-ministra britânica marca nova votação no Parlamento e refuta sugestão de novo referendo. Oposição pressiona para que voto ocorra antes do Natal.

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Großbritannien Theresa May, Premierministerin | im House of Commons
Premiê insistiu que convocar outra consulta causaria um "dano irreparável" à integridade da política britânicaFoto: picture-alliance/empics/House of Commons

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, anunciou nesta segunda-feira (17/12) que o acordo do Brexit firmado com a União Europeia (UE) deve ser votado no Parlamento britânico na semana de 14 de janeiro.

Originalmente, a votação deveria ter ocorrido no dia 11 de dezembro. No entanto, May adiou a sessão porque avaliou que dificilmente a proposta seria aprovada pelos parlamentares. Até mesmo colegas do Partido Conservador da premiê haviam se posicionado contra o texto.

A líder conservadora disse nesta segunda-feira que o debate sobre o tratado será retomado na semana de 7 de janeiro, depois do recesso natalino, a fim de realizar uma votação na semana seguinte.

Após o adiamento da semana passada, o governo tinha se comprometido a submeter o pacto à votação parlamentar antes de 21 de janeiro. Ainda assim, a oposição e alguns conservadores pressionam para que a votação ocorra antes do Natal.

May garantiu aos deputados que suas conversas com os dirigentes europeus durante o fim de semana foram "robustas".

A premiê tem enfrentado dificuldades para promover o acordo negociado com a UE entre os parlamentares britânicos. Vários deputados acreditam que ela fez concessões demais a Bruxelas, enquanto outros demonstram preocupações com outros fatores, como a questão da fronteira entre a Irlanda do Norte, que faz parte do Reino Unido, e a República da Irlanda, que é membro da UE.

Esse último item é um dos pontos centrais de descontentamento entre deputados. É o chamado backstop, um mecanismo que instauraria uma união aduaneira provisória entre as duas Irlandas que manteria o Reino Unido dentro das regras alfandegárias da UE.

A medida deve durar até as duas partes da ilha chegarem a um acordo permanente para evitar a imposição de uma fronteira com controles alfandegários. Vários deputados temem que o mecanismo acabe mantendo o Reino Unido preso à UE, já que Londres não poderia abandoná-lo unilateralmente, ficando dependente de uma autorização de Bruxelas.

Após se encontrar com vários líderes europeus, May disse acreditar que será possível obter "garantias" sobre a cláusula de segurança para evitar a imposição de uma fronteira física entre as Irlandas. Segundo ela, o backstop não é "um plano para aprisionar o Reino Unido".

Por causa da crise com o Parlamento, May enfrentou na semana passada um voto de desconfiança dentro do próprio partido. Ela acabou derrotando a moção e permaneceu na liderança do Partido Conservador, mas ainda enfrenta pressões de membros insatisfeitos e forças da oposição, que apontam que não será possível negociar outro acordo com a UE e que, portanto, seria melhor votar logo o acordo para que seja possível considerar alternativas. O prazo final para a saída do Reino Unido da UE vence em 29 de março.

Novo referendo

Durante o seu discurso, May disse ainda aos parlamentares que eles não deveriam defender um segundo referendo do Brexit, pois isso "quebraria" a confiança do povo na democracia.

A premiê insistiu que convocar outra consulta, após a que deu a vitória ao Brexit em junho de 2016, causaria um "dano irreparável" à integridade da política britânica, porque enviaria aos eleitores a mensagem de que "a democracia não funciona".

"Outra votação não nos permitiria avançar mais que a anterior e dividiria ainda mais o país justo no momento em que deveríamos trabalhar para uni-lo", argumentou May.

Vários ministros do governo conservador sugeriram que, se o tratado proposto pela primeira-ministra for rejeitado, a Câmara dos Comuns deveria votar sobre distintas opções para seguir adiante.

Essas opções poderiam incluir a saída da UE sem acordo, tentar negociar um pacto diferente do conseguido por May e convocar um novo referendo.

No entanto, um porta-voz da premiê negou nesta segunda-feira que o governo estivesse analisando possíveis alternativas se o tratado for rejeitado e disse que May está focada em conseguir concessões de Bruxelas.

JPS/ots/efe

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