McDonald's é acusado de racismo em cidade alemã
17 de maio de 2017Um restaurante do McDonald's na cidade alemã de Mannheim foi acusado de racismo nas redes sociais nesta quarta-feira (17/05) por ter afixado na sua entrada mensagens em turco e alemão. Segundo o proprietário, a intenção era justamente não discriminar ninguém.
Só que muitas pessoas viram nas placas exatamente o contrário, já que a mensagem em alemão sugeria aos clientes visitarem uma filial num bairro nobre e a mensagem em turco direcionava para uma unidade num bairro pobre. Com a polêmica, ambas foram logo retiradas.
Segundo a imprensa local, o proprietário Manfred Büch explicou que é dono de três franquias e que, com o iminente fechamento de uma delas, queria direcionar os seus clientes às outras duas. Büch disse ao jornal Die Welt que nunca imaginou que seria acusado de discriminação e que as placas foram feitas por uma empresa de proprietários turcos.
"Trabalhamos há 25 anos, todos os dias, com funcionários internacionais, e nunca houve incidentes racistas. Ser acusado de discriminação nos deixa perplexos e tristes", declarou Büch, em nome da sua empresa. Ele disse que não havia espaço para afixar as duas mensagens nas duas línguas e que a escolha de qual mensagem seria escrita em que língua foi puro acaso.
Mas usuários de redes sociais o chamaram de nazista e o acusaram de racismo. "Discriminação racial em 2017. Turcos no bairro decadente, alemães no bairro nobre", escreveu um usuário no Twitter, sob uma foto da entrada do McDonald's de Büch.
O comitê municipal de migração de Mannheim expressou preocupação com o caso. Um dos membros do comitê, Fatih Ekinci, disse ao jornal Mannheimer Morgen que muitas pessoas o procuraram para reclamar das placas. O restaurante, afinal, fica numa rua movimentada do centro da cidade.
"Não acho que ele tenha feito de propósito, afinal alguém que emprega tantos imigrantes e membros não pensa assim", disse Ekinci.
O McDonald's também se manifestou sobre o caso, afirmando que não tolera discriminação e racismo nos restaurantes da rede. "Trata-se claramente de um mal-entendido, e saudamos o proprietário das franquias pela sua rápida reação ao retirar as placas", afirmou.