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'Trabalho da Alemanha é de paz'

11 de outubro de 2007

Decisão sobre a prorrogação do mandato da Bundeswehr no Afeganistão reaviva a polêmica em torno da presença militar alemã naquele país. O ministro afegão do Exterior, Spanta, louva o engajamento de civis e militares.

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Soldado alemão da IsafFoto: AP

Nesta sexta-feira (12/10), o Bundestag vota mais uma vez a prorrogação dos dois mandatos da Alemanha no Afeganistão: o da tropa de paz Isaf e o da mobilização de aviões Tornado. O tema divide os políticos do país e desperta a crítica de organizações humanitárias, que acusam tal estratégia de tornar a situação no Afeganistão ainda mais perigosa.

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Rangin Dadfar SpantaFoto: DW-TV

Em entrevista à emissora ZDF, o ministro afegão do Exterior, Rangin Dadfar Spanta, declarou-se favorável à presença alemã em seu país. "Eu apóio o engajamento da Alemanha em diversos setores. Sem a presença da comunidade internacional, a situação aqui seria muito, muito ruim. O Afeganistão seria (novamente) o centro do terrorismo internacional."

Spanta lembrou que a rede terrorista continua ativa em regiões do Afeganistão e do Paquistão, o que constitui uma ameaça internacional. Além disso, a Bundeswehr não representa um "exército guerreiro". "Ela constrói ruas, escolas e poços d'água. O que as tropas e civis alemães realizam aqui é, em princípio, a meu ver, um trabalho pela paz."

Descompasso com a realidade

O ministro lamentou que o atual debate não leve em conta, de forma adequada, a realidade afegã ou as conquistas comuns. "Trata-se de um déficit dos governos afegão e alemão não havermos conseguido comunicar os fatos e o que se alcançou até então."

Especialmente inexatas são as afirmativas de que o processo de democratização não faz progressos no Afeganistão."Considere que, durante os seis anos sob domínio talibã, nenhuma mulher podia freqüentar a escola ou trabalhar, e que no momento temos mais de seis milhões de estudantes afegãos, dos quais 38% são mulheres, assim como 28% dos membros do Parlamento. Contamos com mais de 300 jornais e revistas, e a absoluta maioria dessas publicações é crítica em relação ao governo."

Rangin Dadfar Spanta conclui que o atual governo fez grandes progressos em direção à democracia. Contudo, seria otimismo excessivo acreditar que em seis anos se reconstruiria um país inteiramente destruído. "Precisamos de mais tempo e paciência. Precisamos manter a constância, unidos." (dh/av)