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Usinas em perigo

13 de março de 2011

Mais um reator apresenta problemas em usina do país asiático. Enquanto isso, permanece mistério o que exatamente poderá acontecer na central nuclear de Fukushima. Quatro hipóteses se apresentam.

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Fukushima: amplitude dos danos ainda é mistérioFoto: AP

O sistema de refrigeração de um terceiro reator nuclear do Japão parou de funcionar. A agência de notícias Kyodo informou neste domingo (13/03) que o equipamento da usina atômica Tokai 2, na província de Ibaraki, apresentou o mesmo defeito que atingiu os reatores 1 e 3 da central atômica de Fukushima.

O que aconteceu realmente em Fukushima, depois que os sistemas de refrigeração dos reatores 1 e 3 entraram em colapso, devido ao terremoto? Sabe-se que houve explosões no reator 1 e vazamento radioativo em ambos. Mas qual foi o encadeamento de fatos? E quais podem ser as consequências?

Quatro possibilidades

Há quatro cenários possíveis. O primeiro, divulgado inicialmente pelo governo, foi que a explosão ocorreu no sistema de bombeamento que resfria as barras de combustível do reator de água fervente. Este sistema de refrigeração é conectado ao vaso de pressão do reator. O edifício, então, teria sido contaminado por radiação e destruído, mas o vaso de pressão do reator, que abriga os elementos de combustível ainda permaneceria intacto.

Certo é que o prédio do reator 1 foi seriamente danificado. E que vapor radioativo foi liberado para reduzir a pressão no prédio. Essa radiação chegou ao meio ambiente. Por isso, as pessoas retiradas da área ao redor de Fukushima estão sendo examinadas, em busca de indícios de contaminação.

Por outro lado, as autoridades admitiram oficialmente que pode ter ocorrido uma fusão do núcleo do reator, Isso corresponderia a uma segunda hipótese: um acidente nuclear grave, como o ocorrido em 1979, na usina norte-americana de Three Mile Island.

Na época, duas bombas do circuito de refrigeração deixaram de funcionar, e o combustível atômico derreteu. Após 16 horas, os técnicos conseguiram reduzir a temperatura no núcleo do reator, empregando grande quantidade de água.

Tentando evitar um Tchernobil

Também em Fukushima, técnicos tentam, há várias horas, resfriar as duas unidades danificadas, utilizando água do mar e ácido bórico, a fim de pelo menos atenuar o derretimento dos núcleos dos reatores.

A terceira hipótese significa que todas as tentativas de refrigeração falharam. Nesse caso, o combustível não somente derrete: o núcleo do reator atravessa o tanque protetor e contamina o lençol freático. Essa é uma situação que pode acontecer em Fukushima.

O quarto cenário seria uma variante do anterior. Entretanto o vaso de pressão do reator explode e substâncias radioativas não só contaminam toda a área ao redor do reator, como se distribuem também pela atmosfera, poluindo amplas regiões na forma de precipitação radioativa.

Isso foi o que ocorreu no acidente nuclear de Tchernobil, em abril de 1986. Entretanto os especialistas japoneses trabalham febrilmente para evitar o pior.

Autor: Susanne Lenz (md)
Revisão: Augusto Valente