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Depoimento em Bruxelas

22 de novembro de 2006

O cidadão turco nascido em Bremen, que passou quase cinco anos em Guantánamo, reafirmou no Parlamento Europeu ter sido maltratado por soldados alemães no Afeganistão.

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Foto: AP
Murat Kurnaz in Brüssel vor EU Kommission mit Anwalt
O ex-prisioneiro depôs em Bruxelas acompanhado de seu advogadoFoto: AP

O cidadão turco Murat Kurnaz, libertado de Guantánamo a 24 de agosto passado por intervenção da chanceler federal Angela Merkel, pronunciou-se nesta quarta-feira (22/11) perante a comissão especial do Parlamento Europeu que investiga os vôos ilegais da CIA em continente europeu. Em seu depoimento, Kurnaz, 24 anos, reafirmou ter sido maltratado por soldados alemães e acusou tanto o governo alemão quanto a Turquia de não terem feito nada pela sua libertação.

Kurnaz, que nasceu em Bremen, afirmou nunca ter se envolvido com terroristas. Sua viagem ao Paquistão, em outubro de 2001, teria tido somente a finalidade de realizar estudos reiligiosos. Preso por norte-americanos sob a acusação de ser combatente talibã, o rapaz foi transportado para um campo de prisioneiros dos EUA no Afeganistão.

Na cidade de Kandahar, soldados alemães de uma unidade especial o procuraram na prisão. Em vez de lhe oferecer ajuda, eles teriam puxado seus cabelos e batido sua cabeça no chão. O governo alemão rechaça essas acusações, que Kurnaz já havia feito antes à imprensa alemã, mas precisou admitir que houve de fato um encontro entre ele e soldados da unidade especial.

Mais tarde, já em Guantánamo, agentes do serviço secreto alemão o interrogaram duas vezes, acrescentou Kurnaz. Nem eles, nem agentes turcos que também o interrogaram na prisão, jamais lhe ofereceram ajuda, acusou o ex-prisioneiro.

Para o eurodeputado social-democrata Wolfgang Kreissl-Dörfer, agora está em mãos do govrno alemão esclarecer o caso, considerando também a acusação de que o então chanceler federal Gerhard Schröder não se intressou por uma oferta norte-americana de libertação de Kurnaz sob determinadas condições.

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