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Myanmar promete cooperar para solucionar crise migratória

22 de maio de 2015

Em reunião com Malásia e Indonésia, governo de Myanmar se comprometeu trabalhar para solucionar o conflito que levou milhares de muçulmanos rohingyas a deixarem o país. País conduziu primeiro resgate de migrantes.

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Foto: Getty Images/Afp/C. Archambault

O governo de Myanmar realizou nesta sexta-feira (22/05) o primeiro regaste de um barco com migrantes em alto-mar, no Sudeste Asiático. Segundo as autoridades, 208 pessoas estavam a bordo.

A ação ocorreu um dia depois de Myanmar ter concordado em tomar providências para resolver o conflito que está levando milhares de membros da minoria muçulmana rohingya a deixar o país.

"Myanmar está pronto para cooperar com a Malásia, resolvendo o conflito no estado de Rakhine, assim como a crise humanitária no Golfo de Bengala e no Mar de Andamão", afirmou o ministro malaio do Exterior, Anifah Aman.

O anúncio foi feito após um encontro de Aman com os ministros do Exterior da Malásia e Indonésia para pressionar Myanmar a conter o êxodo da etnia rohingya. Aman disse também que o governo de Myanmar está preocupado com a situação e continua implementando programas de desenvolvimento econômico e social na conturbada região oeste do país.

A primeira operação de resgate das autoridades de Myanmar foi conduzida uma semana após o país sofrer duras críticas por não fazer o suficiente para aplacar a crise migratória. Durante uma patrulha, um navio da Marinha de Myanmar encontrou dois barcos.

"Cerca de 200 bengalis estavam em uma das embarcações", afirmou o oficial da Marinha Tin Maung Swe. "O segundo navio estava vazio." De acordo com Swe, os migrantes foram levados para um acampamento temporário em Maungdaw, onde receberam assistência médica e alimentação.

As autoridades de Myanmar usam o termo bengali de forma pejorativa para descrever os mais de 1,3 milhão de membros da minoria muçulmana rohingya que vivem no estado de Rakhine, no oeste do país. Myanmar lhes nega cidadania por considerá-los imigrantes ilegais de Bangladesh, embora muitos deles vivam na região há gerações. Atualmente eles são perseguidos tanto pelo exército como por budistas extremistas.

A agência da ONU para refugiados (Acnur) estima que mais de 3 mil migrantes ainda estejam à deriva no Mar de Andamão. Outros 3 mil migrantes foram levados para a Malásia e Indonésia.

Muitos dos que estão a bordo das embarcações no Sudeste Asiático pertencem à minoria rohingya e estão fugindo da violência e de perseguições em Myanmar. Outros, de Bangladesh, migram principalmente por razões econômicas.

CN/dpa/afp/ap