The Oscar goes to...
8 de março de 2010A estreia de Christoph Waltz em Hollywood não poderia ter sido mais produtiva. Conhecido na Europa por papeis interpretados na televisão e no teatro, o austríaco levou neste domingo (07/03) o Oscar de melhor ator coadjuvante em sua primeira grande aparição no cinema – e acabou com o regime de 50 anos sem estatueta para um ator de língua alemã.
Na pele de Hans Landa em Bastardos Inglórios, Waltz vive um coronel nazista sarcástico, habilidoso com idiomas e faro apurado para encontrar esconderijos de judeus. A interpretação do ator de 53 anos já havia lhe rendido premiações no Bafta, em Cannes e um Globo de Ouro.
"Eu sempre quis descobrir um novo continente. E achei que deveria seguir 'esse lado'. Mas então fui apresentado a Quentin Tarantino e entrei nessa expedição", disse Waltz em seu discurso de agradecimento, lembrando a forma pouco ortodoxa de Tarantino ao contar a história.
Quebra de paradigmas
Pela primeira vez nos 82 anos de história da Academia, o prêmio como melhor diretora foi dado a uma mulher. Kathryn Bigelow dirigiu Guerra ao Terror, um drama de guerra ambientado no Iraque, que acompanha um esquadrão norte-americano que desarma bombas.
"Eu gostaria de dedicá-lo a todas as mulheres e homens militares, que arriscam suas vidas diariamente no Iraque, Afeganistão e em outras partes do mundo", agradeceu. O filme também levou outras cinco estatuetas: melhor filme, roteiro original, montagem, edição de som e mixagem de som.
E Sandra Bullock fez história na edição de 2010 ao ser premiada como melhor e pior atriz da temporada. No sábado (06/03), ela havia recebido a Framboesa de Ouro pela comédia romântica Maluca Paixão. E, na grande noite do cinema, Bullock levou a estatueta pelo trabalho em Um sonho possível.
A atriz levou o primeiro Oscar pela interpretação de Anne Tuohy, uma mãe rica que transforma um jovem sem-teto em jogador de futebol.
Latino premiado
O segredo de seus olhos, história dirigida pelo argentino Juan Jose Campanella, foi o melhor filme estrangeiro. Esta foi a sexta vez que um filme argentino é indicado – e a segunda que conquista o prêmio.
O longa-metragem mostra o promotor aposentado Benjamin Esposito e seus planos de escrever um livro baseado num caso de estupro e assassinato registrado há 25 anos. O filme de Campanella derrotou o alemão A fita branca, considerado favorito.
Nádia Pontes (afp)
Revisão: Roselaine Wandscheer