O Ruhrgebiet – viagem pelo simples bonito
28 de maio de 2004A região sofre de alto índice de desemprego, pois a maior parte da economia era baseada na indústria pesada e mineira. Depois do fechamento das minas e das indústrias complementares, o novo setor de serviços logicamente não pôde absorver tantos desempregados. Mas a gente é orgulhosa de sua região e sua origem. Valores básicos contam muito.
Uma breve história
A maioria das cidades da região, chamada carinhosamente de "Pott", é muito antiga. Por exemplo, a primeira menção documentada de Essen, hoje a maior cidade do Ruhrgebiet, é do ano 852. E Dortmund, com 592 mil habitantes a segunda maior cidade, foi mencionada entre 880 e 890.
Dortmund ganhou importância no ano 775, quando Carlos Magno conquistou a fortaleza Hohensyburg. A cidade tornou-se mais importante ainda durante o reinado do imperador Frederico Barba-Roxa, que convocou a grande Assembléia do Reich à cidade em 1152 e estabeleceu a sua corte em Dortmund durante dois anos.
Como várias cidades da região, Dortmund tem longa tradição na produção de cerveja. Ela começou em 1447 e até hoje a cerveja é fabricada segundo a chamada lei da pureza, de 1516. Ela estabelece que "a cerveja só seja fermentada de cevada, lúpulo e água." A maioria das cervejas do Ruhrgebiet é do tipo Pils (pilsen no Brasil), originário da cidade homônima na República Tcheca.
Muitas cidades, como Essen, Dortmund, Bochum e Duisburg, participaram na Liga Hanseática (fundada em 1266), a união econômica mais importante a partir da Idade Média. A prosperidade do Ruhrgebiet aumentou rapidamente, mas caiu da mesma maneira durante a Guerra dos Trinta Anos.
As últimas décadas
Durante a Primeira Guerra Mundial, o Ruhrgebiet não sofreu muito além de alguns bombardeios no final de 1917. Depois do conflito, a região ficou ocupada entre 1921 até 1930. A retirada das tropas francesas começou em 1925, em conseqüência de grande resistência da população local.
Depois da Segunda Guerra Mundial quase tudo ficou em escombros, porque a indústria militar foi fortemente bombardeada pelos aliados. Do centro histórico de Dortmund restou intato apenas 5%. Um terço da superfície habitável foi deitado abaixo. A população de Essen caiu de 600 mil em 1939 para 285 mil em 1945.
A partir do início dos anos 50, a região passou por grande desenvolvimento, em função do sucesso da extração de carvão. Mas com o desenvolvimento de energias alternativas, a situação regrediu. Entre 1970 e 1980, muitas minas fecharam em conseqüência do início da crise estrutural do ferro e do carvão. E isso iria continuar permanentemente.
Desde os anos 80 quase não existem mais minas no Ruhrgebiet e a indústria vem sendo substituída pelos serviços. As cidades passaram a ter uma aparência bem moderna, sem centros históricos, sem chaminés e sem pó de carvão nas paredes dos prédios. Todas sofrem o problema da emigração e umas pequenas estão diante do êxodo total.
Atrações do Ruhrgebiet
Apesar da falta de centros históricos na área, o Ruhrgebiet tem uma grande variação de atrações. Ainda existem muitas igrejas (mesmo porque serviram de pontos de orientação para os aviões bombardeiros) e castelos, ou ruínas deles. Há museus de arte antiga e contemporânea, museus ao ar livre, teatros e óperas.
Um museu muito significativo pode ser visitado em Bochum, o Museu de Indústria Siderúrgica, que abrange três pisos. No subterrâneo, por exemplo, mostram-se as condições de trabalho e como o carvão era extraído. É o maior e o mais importante museu desse tipo no mundo.
O Museu no Ostwall, em Dortmund, é bem conhecido por suas exposições de arte dos séculos 20 e 21. A coleção permanente compõe-se tanto de obras do expressionismo (A Ponte, O Cavaleiro Azul), como do Informalismo, Zero, Fluxus e Novo Realismo (Feelisch, Cremer).
Um outro must numa viagem pela região são os castelos cercados de água. O Castelo Strünkede, em Herne, é um palácio barroco construído entre os séculos 14 e 16. Faz parte do Emschertal Museum, e depois da restauração, feita com análises científicas muito complicadas entre 1975 e 1980, a aparência chegou bem perto do estado original.
O Castelo Herten talvez possa ser considerado o mais bonito da região. O grande parque hoje é lugar de feiras de arte e diferentes festivais. A primeira menção data de 1376, e o prédio é elevado, em estilo gótico. Especialmente o enorme fosso contribui para uma vista maravilhosa. Além disso, o palácio é apreciado pelos ornitologistas, por causa da extraordinária variedade de espécies.
Para se divertir de outra maneira, o Ruhrgebiet oferece boa vida noturna. Há muitos bares, clubes e boates com todos os estilos de música. Os mais diferentes gostos culinários também são satisfeitos. O Ruhrgebiet abriga gente de muitas nações e origens culturais. Durante o dia, pode-se passear nos parques ou nas margens do Ruhr, o rio que deu o nome à região. O Ruhr interliga vários lagos, que oferecem muitas opções esportivas. Especialmente as crianças não ficam aborrecidas.
Como aproveitar melhor a região
A melhor maneira de viajar pelo Ruhrgebiet é o Ruhr-Ticket. Ou se recebe desconto em todas as atrações da região, ou se entra de graça (isso em três dias por ano à livre escolha). Vale a pena, especialmente, porque durante esses três dias se pode visitar muitos lugares interessantes para conhecer um pouco da área. E o bilhete inclui as passagens de ônibus e metrô.
Muito importante também: sentar-se num café ou num kneipe, fazendo uma pausa para conhecer o pessoal. Assim se presencia um pouco do espírito do autêntico Ruhrgebiet.