Alpes alemães
6 de fevereiro de 2010No ano de 1854, ao casar-se com a princesa Elisabeth da Baviera (a famosa Sissi), o imperador Franz-Joseph da Áustria cedeu a parte norte do Zugspitze para a Baviera. "Para que eles também tenham uma montanha de verdade", teria dito o monarca.
Graças ao presente dos austríacos, o Zugspitze é hoje a montanha mais alta da Alemanha, ideal para a prática de esqui, snowboard e montanhismo. Com 2.964 metros de altitude, este pico alpino é, tanto no verão como no inverno, um dos lugares mais visitados do país.
Quando a visibilidade está favorável, e, segundo as estatísticas, este é o caso em cem dias por ano, é possível obter uma vista panorâmica de inúmeras montanhas na Alemanha, Áustria, Itália e Suíça.
De teleférico ou trem
Próximo às águas verde-azuladas do lago Eibsee, ao pé do Zugspitze, parte um dos mais longos teleféricos da Europa, que leva os visitantes a 2 mil metros de altura montanha acima, diretamente para o pico, em apenas dez minutos.
Mas quem quiser apreciar a paisagem de tirar o fôlego por mais tempo pode pegar um trem próximo à estação da cidade de Garmisch-Partenkirchen. A trilha de quase dez quilômetros e 75 minutos de duração tem como ponto final a mais alta estação ferroviária da Alemanha, localizada dentro de um túnel de mais de quatro quilômetros.
Chega-se então a um platô, o Zugspitzplatt, um paraíso para os amantes de esportes de inverno, onde há neve durante sete meses do ano. No Centro de Transporte, Esqui e Serviços Sonn-Alpin localiza-se o Registro Civil de maior altitude do país. Nas redondezas há ainda a pequena capela Maria Heimsuchung, a igreja alemã mais próxima do céu.
Do Zugspitzplatt, continua-se a jornada através de um teleférico, a 300 metros do pico. Com capacidade para 90 pessoas, o Gletscherbahn leva três minutos para chegar até o "telhado da Alemanha".
No pico do Zugspitze, por fim, além da deslumbrante paisagem, há um restaurante que serve especialidades bávaras e uma estação meteorológica que fornece, há mais de cem anos, dados climáticos para todo o mundo.
Aquecimento global ameaça o Zugspitze
Os invernos nos Alpes estão cada vez menos frios e o aquecimento global não poupa a montanha mais simbólica da Alemanha. Em julho de 2006, o Zugspitze perdeu 500 mil metros cúbicos de gelo que se precipitaram numa imensa avalanche.
Com o aumento das temperaturas médias, os cientistas prognosticam uma alta nos riscos de catástrofes naturais, pois o permafrost ou permagel, capa que funciona como um colante da estrutura interna das montanhas, está derretendo.
O permagel é um importante armazenador de dióxido de carbono e seu derretimento poderia liberar enormes quantidades deste gás.
Autora: Juliana Vaz
Revisão: Alexandre Schossler