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Obama diz que considera ações militares isoladas no Iraque, "se necessário"

20 de junho de 2014

"Não temos condições de resolver esse problema simplesmente enviando dezenas de milhares de soldados", declara o presidente dos EUA, que anuncia o envio de mais 300 conselheiros ao país.

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Foto: reuters

O presidente Barack Obama afirmou nesta quinta-feira (19/06), em Washington, que os Estados Unidos estão prontos para ações militares "direcionadas" e "precisas" no Iraque, se necessário, mas descartou o envio de tropas de combate.

"Não temos condições de resolver esse problema simplesmente enviando dezenas de milhares de soldados. Isso é algo que terá de ser resolvido pelos iraquianos", afirmou Obama.

O chefe de Estado norte-americano também anunciou que os Estados Unidos estão preparados para enviar até 300 conselheiros militares para o Iraque para "treinar, ajudar e apoiar" as forças iraquianas. Eles somam-se aos 275 militares enviados para proteger unidades americanas no país, principalmente a embaixada em Bagdá.

Esses conselheiros, provavelmente elementos das forças especiais, não serão militares de combate, sublinhou Obama, que deu a declaração após uma reunião com o Conselho de Segurança Nacional, o secretário de Estado, John Kerry, e o chefe do Pentágono (Departamento de Defesa), Chuck Hagel.

Combatentes do grupo extremista sunita Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) lançaram, em 10 de junho, uma ofensiva contra várias cidades iraquianas, ocupando uma faixa de território que cobre quatro províncias no norte e no centro do Iraque, invadidas em poucos dias. No momento, os jihadistas e forças de segurança iraquianas lutam pelo controle da maior refinaria de petróleo do país, cerca de 200 quilômetros ao norte de Bagdá.

Na mesma declaração, Obama apelou à inclusão de todas as comunidades iraquianas no processo político para responder à ameaça dos combatentes jihadistas sunitas. Segundo ele, só uma liderança não sectária poderá tirar o Iraque da atual situação, numa aparente alusão à política do primeiro-ministro iraquiano, o xiita Nuri al-Maliki, que excluiu os sunitas do poder e até mesmo perseguiu alguns de seus líderes.

"Xiitas, sunitas, curdos, todos os iraquianos devem acreditar que podem avançar com os seus interesses e aspirações através do processo político em vez da violência", disse Obama. "É claro, porém, que apenas os líderes que governarem com uma agenda inclusiva serão capazes de realmente unir os iraquianos e ajudar [o país] a ultrapassar essa crise", reforçou.

O presidente exortou ainda o Irã, de maioria xiita, a enviar uma mensagem destinada a todas as comunidades do Iraque e a promover a união. "O Irã pode desempenhar um papel construtivo. Se o Irã intervier militarmente apenas em nome dos xiitas, a situação provavelmente vai piorar", afirmou.

Obama anunciou ainda que Kerry irá neste fim de semana à Europa e ao Oriente Médio para consultar os aliados dos Estados Unidos sobre os próximos passos no enfrentamento da crise.

AS/lusa/ap/rtr