Onze países assinam acordo transpacífico sem EUA
8 de março de 2018Ministros de 11 países assinaram nesta quinta-feira (08/03) uma nova versão da Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), o acordo que criaria a maior área de livre-comércio do mundo, mas que foi rejeitado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífico (CPTPP) foi assinado numa cerimônia na capital chilena, Santiago, por Canadá, Chile, Austrália, Brunei, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnã, que representam juntos 13,5% da economia global.
"Esta é uma mensagem política que a região da Ásia-Pacífico envia ao mundo”, afirmou o ministro do Exterior chileno, Heraldo Muñoz, ao lado da presidente Michelle Bachelet.
Muñoz ressaltou que o acordo é um forte sinal contra pressões protecionistas e a favor de mundo aberto ao livre comércio, sem sanções unilaterais e ameaças de guerras comerciais.
A assinatura da nova versão da parceria ocorreu após tremores de que o acordo estaria acabado com a saída dos Estados Unidos. Alcançado durante o governo do ex-presidente Barack Obama e marco da sua política de aproximação com a Ásia, o tratado envolvendo 12 países cobriria um terço do comércio mundial. No entanto, logo após assumir a presidência, em janeiro de 2017, Trump retirou o país do TPP.
Os 11 países restantes se mantiveram unidos e renegociaram o pacto, afirmando ser contra o protecionismo. No novo acordo, os integrantes eliminaram as principais barreiras impostas pelos EUA, como a questão de propriedade intelectual.
O acordo visa reduzir as tarifas entre os integrantes e fomentar o comércio para impulsionar o crescimento. Os 11 países do CPTPP formam um mercado de 500 milhões de pessoas, maior do que a União Europeia (UE).
O sucesso do CPTPP destaca o isolamento de Trump em sua retórica protecionista e ocorre poucos dias após o presidente americano a anunciar a taxação nas importações de aço e alumínio.
Para entrar em vigor, o CPTPP precisa ser ratificado por seis dos 11 países. Ele passa a valer 60 dias depois da ratificação.
CN/rtr/afp
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