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Eleição

8 de junho de 2009

Nem metade dos eleitores europeus foi às urnas, o que demonstra pouco interesse pela política europeia. Campanhas eleitorais aconteceram só em nível nacional. Grande perdedora é a própria Europa, opina Bernd Riegert.

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A Europa votou e nem sequer a metade dos eleitores foi às urnas. A participação no pleito registrou uma baixa histórica. No Leste Europeu, apenas um em cada cinco eleitores depositou seu voto, o que é uma vergonha. Tão pouco engajamento pela única instituição democraticamente eleita da União Europeia (UE) é assustador.

O Parlamento supranacional dos 27 países-membros é único no mundo. Entretanto, essa oportunidade única parece pouco interessar aos europeus. A culpa não é só dos eleitores preguiçosos, mas em grande parte também dos políticos europeus. As campanhas eleitorais continuam acontecendo em nível nacional, mas praticamente não há uma campanha mais ampla, de alcance europeu. Em casa, os políticos não hesitam em reclamar dos colegas de Bruxelas, embora muitas vezes tenham participado eles mesmos de processos de decisão em grêmios europeus.

Nas jovens democracias do Leste Europeu, a situação é ainda pior. Lá parece que ainda não se deram conta do quão importante é o Parlamento Europeu em todos os aspectos possíveis da vida. De modo que foi confirmada a tendência já observada em eleições europeias anteriores de, com apenas poucas exceções, governos nacionais serem punidos.

Em si, o resultado do pleito europeu indica continuidade. Conservadores e outros partidos situados à direita no cenário político são os vencedores. Os socialistas permanecem a segunda maior bancada, seguidos por liberais e verdes. Eurocéticos e radicais de direita chamaram a atenção em alguns países, mas não desempenham papel importante no Parlamento Europeu. Mesmo que formassem uma bancada comum, não teriam grande influência política.

Quem pode se dar por contente é o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso. Tudo indica que o político conservador poderá continuar no cargo por outros cinco anos, já que o presidente geralmente possui a mesma orientação política que a facção majoritária no Parlamento.

Na Alemanha, o maior membro da União Europeia, não foi diferente do resto do bloco. Temas nacionais dominaram a campanha. Os vitoriosos – conservadores, esquerdistas, liberais e verdes – declararam o pleito um teste para as eleições parlamentares alemãs de setembro. Já os perdedores, os social-democratas, se negam a ver o pleito como um teste, o que é típico depois de eleições como esta. De fato, graças à baixíssima participação eleitoral, é muito difícil fazer previsões confiáveis para as eleições nacionais na Alemanha.

Uma coisa é certa: a grande perdedora dessas eleições foi a Europa, já que muito poucos de seus eleitores se interessam pela política europeia.

Autor: Bernd Riegert

Revisão: Roselaine Wandscheer