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Novo presidente dos EUA

21 de janeiro de 2009

Os norte-americanos terão de se esforçar ainda mais para superar a crise enfrentada pelo país, disse Obama em sua posse. Mas ele também encorajou as pessoas, acima de tudo os afro-americanos, opina Christina Bergmann.

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Milhões de pessoas nos Estados Unidos e em todo o mundo aguardaram este dia. Com a posse de Barack Obama como 44º presidente dos Estados Unidos, a América ganha um rosto novo, um rosto diferente.

Christina Bergmann
Christina Bergmann

Um rosto que não teima em olhar numa direção pré-definida, sem se importar com prejuízos. Um rosto que olha para a direita e para a esquerda, e que leva em consideração tanto os amigos ao longo do caminho quanto os críticos. Que olha nos olhos dos inimigos e vai, ao menos um pedaço, ao encontro deles.

Obama prometeu que já se foram os tempos de empreendimentos políticos individuais. O discurso do novo presidente norte-americano foi também uma clara rejeição à política de seu antecessor George W. Bush. Obama advertiu os compatriotas para que, na ambição por segurança, não abram mão dos valores norte-americanos.

O fato de ser a potência militar mais poderosa do mundo não deve significar que a América possa agir a seu bel-prazer. E o presidente declarou que antes se orientará por conhecimentos científicos do que por ideologias.

Por causa dessa convicção, ele foi eleito por seus correligionários. Em seu discurso, ele atendeu tanto às expectativas destes como às do resto do mundo. Ao mesmo tempo, Barack Obama atenuou as – em muitos casos – expectativas exageradas em relação a ele e seu período de governo. Nenhum ser humano estaria em condições de cumpri-las.

A crise atual é muito profunda e os problemas, muito diversificados. Mas ele não foge à responsabilidade. Uma retirada organizada do Iraque, paz para o Afeganistão, desarmamento nuclear, combate às mudanças climáticas – tudo isso ele prometeu em seu primeiro pronunciamento como presidente.

Não tardará e começarão a ser medidos seus êxitos, ou ao menos seus progressos nestes campos – principalmente o combate à desolada situação econômica em que se encontra o país. E ele deixou claro em seu discurso que não pode fazer isso sozinho. Ele animou os conterrâneos a arregaçarem as mangas. Todos, cada um individualmente. Obama mantém assim a tradição de John F. Kennedy e Franklin D. Roosevelt.

O novo rosto da América não só mira em outra direção, ele tem também outra cor de pele. Cerca de 60 anos atrás, disse Obama em seu discurso, a maioria dos restaurantes não teria servido seu pai. O fato de isso não ser mais assim deve-se à incansável busca do país pelos ideais de seus fundadores.

Para os afro-americanos, a posse de Obama foi a concretização de um sonho no qual muitos não acreditavam. Mas a luta dos afro-americanos pela equiparação não está encerrada. Ainda hoje adultos negros ganham menos do que seus conterrâneos brancos, ainda hoje a formação escolar de crianças negras é pior do que a de crianças brancas.

Mas, com a posse do presidente Barack Obama, os Estados Unidos deram um grande passo em direção à concretização do sonho da coexistência pacífica de brancos e negros, manifestado pelo negro ativista dos direitos humanos Martin Luther King em sua marcha de Washington. (rw)

Christina Bergmann é correspondente da Deutsche Welle em Washington.