Plano de austeridade fiscal grego encontra resistência da "troika"
10 de setembro de 2012A reunião deste domingo (09/09) entre oficiais do governo grego e representantes da União Europeia (UE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) não avançou com sinais concretos de que a Grécia esteja próxima de garantir os empréstimos que salvariam o país da crise econômica.
Após o grupo de credores internacionais (UE, FMI, BCE) revisar os planos de austeridade da Grécia, fonte próxima ao encontro garantiu que ainda há "um longo caminho a ser percorrido" antes que a troika feche a negociação.
O ministro grego das Finanças, Yannis Stournaras, apresentou ao grupo de credores planos para cortar 11,5 bilhões de euros nos próximos dois anos em troca de um resgate financeiro. Entretanto, os relatos dão conta de que a troika rejeitou alguns trechos do plano grego por eles não estarem suficientemente detalhados.
"A troika não aceitou todas as medidas, mas nós temos propostas alternativas", disse o líder socialista Evangelos Venizelos. O partido dele é um dos três que compõem a aliança governista na Grécia.
O chefe da representação do FMI na Grécia, Poul Thomsen [foto principal], disse que o encontro foi bom "para ambos os lados". Ele acrescentou que os dois lados trabalharam "dia e noite" para revisar as medidas de austeridade apresentadas pelo governo.
Enquanto a troika discutia a aprovação do plano, o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, reuniu-se com seus parceiros de coalizão neste domingo para tentar viabilizar a aprovação política dos cortes – que ainda precisam ser finalizados.
Nesta segunda-feira, Samaras vai se reunir com a troika. Ele deve voltar a se encontrar com seus parceiros de coalizão na quarta-feira para detalhar os pontos dos cortes.
Credores internacionais, os mercados e outros governos europeus aguardam uma posição da troika acerca dos planos da Grécia antes de tomarem qualquer decisão de apoiar Atenas com o dinheiro do resgate. A palavra final da troika é aguardada para o fim de setembro ou início de outubro.
Sem o dinheiro, a Grécia poderia ser obrigada a dar um calote de sua dívida, o que poderia acarretar a saída do país da zona do euro.
RO/dpa/afp/rtr/lusa
Revisão: Alexandre Schossler