Polícia alemã começa a retirar ativistas que ocupam floresta
14 de setembro de 2018Centenas de policiais alemães foram enviados nesta quinta-feira (13/09) à floresta de Hambach, no oeste da Alemanha, para começar a retirada de dezenas de ativistas ambientais que se alojaram no local em protesto contra a expansão de uma mina de carvão nas proximidades.
Autoridades do estado da Renânia do Norte-Vestfália, onde fica a floresta, ordenaram a remoção imediata das dezenas de barracos erguidos em árvores pelos ativistas, alguns deles habitados desde 2012, mencionando preocupações com segurança e riscos de incêndio.
Segundo a emissora pública alemã WDR, entre 3.500 e 4 mil policiais participaram da operação, que contou ainda com um canhão de água e guindastes, estes usados para chegar às altas construções – algumas delas foram erguidas a 25 metros de altura.
Segundo a imprensa local, antes de começarem a desmontar o barracos, os policiais usaram megafones para comunicar os manifestantes de que eles teriam 30 minutos para deixar as acomodações por conta própria.
Agências de notícias relataram, no entanto, que alguns dos ocupantes acabaram sendo retirados à força porque não cumpriram o prazo. Uma ativista chegou a ser jogada no chão pelos oficiais, segundo um vídeo publicado no Twitter por uma repórter da WDR.
A operação resultou em confrontos entre policiais e manifestantes. Autoridades afirmaram que alguns dos ativistas lançaram pedras e coquetéis Molotov contra as autoridades. "Um policial ficou ferido, e um veículo foi danificado", disse a polícia de Aachen, cidade próxima à floresta.
Por sua vez, Karolina Drzewo, membro do grupo ambientalista Ende Gelände, argumentou que "a polícia estava atacando, e as pessoas estavam apenas se defendendo".
O jornal local Kölner Stadt-Anzeiger informou que ao menos quatro barracos foram removidos e destruídos nesta quinta-feira, e três pessoas foram detidos, segundo a polícia. A operação de evacuação do local deve continuar nesta sexta-feira.
A floresta de Hambach, localizada entre as cidades de Aachen e Colônia, já abriga uma das maiores minas de carvão a céu aberto do país. A empresa de energia RWE, proprietária do terreno, planeja remover 100 hectares de floresta para permitir a mineração de linhito, tipo de carvão considerado um dos combustíveis fósseis mais poluentes.
Entretanto, o projeto foi interrompido em diversas ocasiões pela ação dos ativistas. O local é considerado um símbolo de resistência contra a mineração de carvão. A RWE recebeu autorização para iniciar a polêmica remoção dos 100 hectares em 1º de outubro.
Na semana passada, antes de uma outra operação policial na floresta, o secretário do Interior da Renânia do Norte-Vestfália, Herbert Reul, chegou a alertar que a polícia e os funcionários da RWE estavam lidando com "radicais de esquerda extremamente violentos". Os ativistas negaram as alegações do secretário e disseram que as autoridades tentam criminalizar o movimento.
EK/afp/ap/dpa/rtr/ots
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