Preso no Brasil chefe de máfia italiana foragido desde 1984
26 de maio de 2015O italiano Pasquale Scotti, de 56 anos, condenado à prisão perpétua por ligação com a máfia, foi preso no Recife nesta terça-feira (26/05). Ele estava foragido há mais de 30 anos e havia sido condenado por matar mais de 20 pessoas na década de 80. Scotti foi preso numa operação conjunta da Polícia Federal do Brasil e da Interpol, segundo comunicado da polícia brasileira.
Scotti teve a prisão decretada à revelia por um tribunal italiano em 1991, e foi condenado à prisão perpétua, em 2005, pelos crimes de porte ilegal de armas, resistência, extorsão e 26 homicídios cometidos entre 1980 e 1983. Scotti era o chefe do grupo mafioso Camorra, que opera em Nápoles, no sul da Itália.
O ministro italiano do Interior, Angelino Alfano, comemorou a prisão de Scotti no Brasil. "Um golpe extraordinário foi colocado em prática pelas nossas equipes da Itália, graças ao trabalho da polícia italiana e da preciosa cooperação com a força policial brasileira. Com isso, foi preso um criminoso procurado por mais de 30 anos, Pasquale Scotti, chefe histórico da Nuova Camorra Organizzata e entre os mais procurados na lista de mais perigosos", declarou Alfano.
Scotti foi preso após um tiroteio em 1983, no qual foi atingido diversas vezes. Mas na véspera de Natal de 1984, ele escapou de um hospital onde estava sendo tratado após ter assinado um acordo de confissão.
Apesar de vários bloqueios de estradas e buscas policiais, as autoridades italianas foram incapazes de encontrar Scotti. "Ele não deixou vestígios. Foi como se ele tivesse desaparecido", escreveu na época o jornal italiano La Repubblica, citando a polícia italiana.
Nesta terça-feira, a polícia afirmou que Scotti estava usando identidade falsa no Brasil e que a Interpol conseguiu identificá-lo comparando impressões digitais arquivadas. As autoridades italianas deram início ao processo de extradição.
Scotti tem dois filhos brasileiros e foi preso quando os levava à escola. Ele se apresentava como Francisco de Castro Visconti, se dizia empresário, dono de uma empresa de importação de alimentos e entretenimento e sócio de uma boate. Ele morava há 28 anos no bairro do Sancho, Zona Oeste do Recife.
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