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Rússia fecha contrato para construir reatores nucleares no Irã

12 de novembro de 2014

Aliança ocorre pouco antes do fim do prazo para que Teerã assine acordo sobre programa nuclear com potências mundiais. Diante do possível abrandamento de sanções do Ocidente, Moscou visa aprofundar cooperação com o país.

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Ali Akbar Salehi (esq.), chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, e Sergei Kiriyenko, da estatal russa RosatomFoto: picture-alliance/dpa/Z. Dzhavkvadaze

A Rússia assinou nesta terça-feira (11/11) um contrato para construir mais dois reatores nucleares no Irã, possivelmente seguidos de outros seis, num movimento destinado a fortalecer os laços entre as duas nações.

A aliança ocorre menos de duas semanas antes de 24 de novembro, quando expira o prazo para que Teerã assine um acordo sobre seu programa nuclear com seis potências mundiais – Rússia, Estados Unidos, Alemanha, China, França e Reino Unido. O pacto pode aliviar as sanções do Ocidente contra a economia iraniana, caso o país se comprometa a limitar o enriquecimento de urânio a um nível aquém do necessário para construir armas nucleares.

O Irã já contestou as suspeitas ocidentais de que estivesse trabalhando secretamente no desenvolvimento de armas nucleares, insistindo que suas atividades no setor se destinam à pacífica demanda por energia.

O contrato assinado nesta terça-feira não tem relação direta com as negociações com as seis potências, mas reflete a intenção de Moscou de aprofundar a cooperação com Teerã antes do possível abrandamento das sanções do Ocidente contra o país.

A Rússia acredita que haja grande chance de as potências mundiais chegarem ao acordo com o Irã até o fim deste mês, disse o vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov, nesta quarta-feira. “Não vemos a possibilidade de não haver acordo até 24 de novembro. Estamos completamente focados na tarefa que está diante de nós, pois temos uma chance, e ela não é pequena. Não podemos perder [a oportunidade]".

Os dois reatores previstos no acordo serão instalados na primeira usina nuclear russa construída no Irã, em Bushehr, que entrou em operação em 2013. O diretor da corporação estatal russa Rosatom, Sergei Kiriyenko, e o chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, Ali Akbar Salehi, assinaram um protocolo que prevê também a construção de mais dois reatores em Bushehr e outros quatro num local ainda não definido.

A Rosatom declarou num comunicado que a construção dos novos reatores será monitorada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Como no caso do primeiro reator de Bushehr, que começou a operar no ano passado, a Rússia irá fornecer combustível de urânio e, então, recebê-lo de volta do Irã para o reprocessamento. A medida tem como objetivo evitar a possibilidade de o Irã usar o combustível consumido para construir armas atômicas.

NM/ap/rtr