Rússia rejeita missão da ONU na Ucrânia
19 de fevereiro de 2015A Rússia afirmou nesta quinta-feira (19/02) que o pedido do presidente ucraniano, Petro Poroshenko, para que forças de paz da ONU intervenham no leste do país tem como objetivo destruir o já combalido acordo de cessar-fogo na região.
Numa reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia na noite desta quarta-feira, Poroshenko defendeu que uma missão de paz das Nações Unidas monitore o cessar-fogo no leste do país.
Segundo o presidente ucraniano, a presença de forças de paz com um mandato do Conselho de Segurança da ONU seria a melhor forma de garantir a segurança "numa situação em que as palavras de paz não são observadas nem pela Rússia nem por aqueles que a apoiam", em referência aos separatistas pró-Rússia.
O embaixador da Rússia na ONU, Vitaly Churkin, alertou que o pedido poderá destruir o acordo de cessar-fogo firmado em Minsk pela Alemanha, a França a Rússia e a Ucrânia, na semana passada.
"Quando alguém, ao invés de agir conforme o que havia sido acordado, sugere tão cedo uma nova estratégia, levanta suspeitas de que deseja destruir o acordo" afirmou Churkin à agência estatal de notícias russa Ria Novosti.
O acordo de Minsk estipulou que as tropas de Kiev e os separatistas interrompessem os combates no leste ucraniano no último fim de semana e iniciassem a retirada de armamentos pesados das zonas de conflito.
Entretanto, os rebeldes ignoraram a trégua ao prosseguir com os ataques a Debaltsevo, um importante centro ferroviário localizado entre os bastiões rebeldes Donetsk e Lugansk. Nesta quarta-feira, a Ucrânia retirou milhares de soldados da região, após forte ofensiva dos separatistas que defendem que o é parte de seu território.
Numa conversa telefônica nesta quinta-feira, os líderes da Ucrânia, Rússia, Alemanha e França reforçaram a necessidade de garantir a sustentabilidade do cessar-fogo no leste ucraniano, disse o Kremlin em comunicado.
Poroshenko, os presidentes russo, Vladimir Putin, e francês, François Hollande, e a chanceler federal alemã, Angela Merkel, também disseram estar dispostos a apoiar ativamente o trabalho da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) na Ucrânia. Os líderes ressaltaram a necessidade de implementar medidas práticas para a retirada de armamento pesado, segundo o Kremlin.
RC/rtr/afp