Recessão atinge Grécia e Portugal, mas Alemanha cresce
14 de fevereiro de 2012Um recuo da economia já era esperado na Grécia, mas não dessa forma. O Produto Interno Bruto (PIB) do país altamente endividado sofreu em 2011 queda de 6,8%, em comparação com o ano anterior, informou o departamento de estatísticas grego (ELSTAT) nesta terça-feira (14/02) em Atenas. Em 2010, a economia do país já havia encolhido 4,5%.
Os novos dados foram divulgados poucos dias depois de revelado que o desemprego continuou a subir na Grécia. A taxa ficou em 20,9% em novembro passado, ultrapassando pela primeira vez na história recente do país a marca de 1 milhão de pessoas. Há dois anos, a taxa registrada no mesmo mês foi de 13,9%, e, em outubro de 2011, estava em 18,2%.
Portugal também registra recessão por conta das rígidas medidas de austeridade. Em 2011, o PIB recuou 1,5% em relação a 2010, de acordo com o departamento nacional de estatística. A queda foi, entretanto, menor do que a prevista pelo governo e pelo Banco Central português. Apesar da crise na zona do euro, a economia do país crescera 1,4% em 2010.
Para os portugueses, a ajuda financeira da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) – no valor de 78 bilhões de euros – implicou cortes de gastos e aumento de impostos. Muitas das medidas só serão percebidas pelos consumidores ao longo do ano. Para 2012, o governo prevê uma diminuição de 3% no desempenho econômico do país.
Boas novas para os alemães
Enquanto isso, a Alemanha mostra estar se saindo relativamente bem no contexto da crise. De acordo com o Centro de Pesquisa Econômica Europeia (ZEW, na sigla em alemão), as expectativas conjunturais dos especialistas em mercado financeiro aumentaram em fevereiro e foram positivas pela primeira vez desde maio de 2011.
O índice calculado pelo ZEW e divulgado nesta terça-feira aumentou 27 pontos, ficando em 5,4 pontos. Observadores esperavam um resultado de -11,6 pontos, e, em dezembro, o número ficou em -53,8 pontos. O Centro consulta cerca de 300 analistas e investidores institucionais.
"Do ponto de vista dos especialistas em mercado financeiro, as chances da economia alemã sofrer uma leve alta no segundo semestre são boas", disse o presidente do ZEW, Wolfgang Franz. Após a divulgação dos dados, a Bolsa de Valores de Frankfurt e o euro registraram altas.
Enquanto isso, o Departamento Federal de Estatística da Alemanha (Destatis) estima que a economia do país tenha encolhido 0,25% nos últimos três meses de 2011. Para o início deste ano, a maioria dos economistas prevê um leve crescimento. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) projeta um crescimento de 0,6% para a economia alemã em 2012 e de 1,9% para o ano que vem.
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Revisão: Carlos Albuquerque