Reforma fiscal assusta investidores americanos
11 de novembro de 2003Os empresários dos Estados Unidos estão reclamando cada vez mais do sistema fiscal alemão, segundo Rainer Mück, consultor da Câmara Americana de Comércio na Alemanha. A entidade representa os interesses de 2 mil empresas americanas.
Empresários não entendem mudanças
Hans-Herbert Krebühl, diretor de impostos da Exxon Mobin Europa Central, critica o plano do governo federal de taxar os financiamentos externos das empresas. A maioria das empresas estrangeiras costuma financiar sua participação em firmas alemãs através de créditos e não de ações, a fim de escapar do fisco. Por isso o governo quer mudar o imposto de renda de pessoas jurídicas.
Além disso, nenhum especialista consegue entender as mudanças introduzidas na legislação tributária, reclama Krebühl. “Reina uma insegurança total em relação a como se comportar de fato no futuro.”
Não só a Alemanha, mas também outros países europeus que cobram alíquotas elevadas tentam corrigir as falhas no sistema tributário. Mas o governo alemão está indo longe demais, na opinião da Câmara Americana de Comércio. Os bancos estrangeiros, sobretudo, estão sendo prejudicados.
Novo imposto sobre prejuízos
O diretor fiscal da Exxon critica também o projeto do governo de taxar os prejuízos das empresas. “O que as empresas aceitam, e isso no mundo inteiro, é pagar imposto sobre os lucros. Mas é inaceitável pagar imposto sobre custos e prejuízos”, afirmou Krebühl.
De fato, o ministro alemão das Finanças, Hans Eichel, quer instituir um imposto mínimo para as grandes empresas, a fim de impedir que estas abatam do lucro anual os prejuízos obtidos nos anos anteriores. Por causa deste truque a Receita alemã deixou de arrecadar bilhões de euros nos últimos anos.
Imposto alemão é muito alto
Muitos investidores estrangeiros querem que o governo alemão suprima o imposto sobre atividade empresarial, que reverte para os municípios. Trata-se de um imposto antiquado e que só existe na Alemanha, afirma a Câmara Americana de Comércio.
No total, a contribuição das grandes empresas à Fazenda (imposto de renda + imposto sobre atividade empresarial) chega a 40%. É claro que não se pode comparar a Alemanha com países da Europa do Leste ou a Irlanda, que têm carga tributária de apenas 12%, diz Rainer Mück. Mas mesmo em relação a países de taxas elevadas, como França, Holanda e Reino Unido, a Alemanha está muito acima, diz ele.