ONU aponta fracasso de metas ambientais globais
7 de junho de 2012Os autores do estudo intitulado "Geo-5" alertam enfaticamente para o perigo do colapso dos ecossistemas. "Isto é uma denúncia", declarou o diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, numa coletiva de imprensa no Rio de Janeiro.
"Precisamos reconhecer os fatos e enfrentar os desafios à humanidade. É urgente uma mudança de curso na política ambiental, e a cúpula de sustentabilidade das Nações Unidas Rio+20, a se realizar em breve, é uma chance que só ocorre uma vez em cada geração", pressionou Steiner.
Em mais de 500 páginas, o estudo critica com veemência a lentidão na implementação das metas ambientais acordadas em nível internacional. Os pesquisadores analisaram as 90 mais importantes, entre 500 metas internacionais, e em só quatro constataram um progresso significativo. Atualmente, são emitidos na atmosfera bem menos gases nocivos à camada de ozônio; os mares estão menos poluídos; há menos chumbo nos combustíveis; e mais seres humanos têm acesso a água limpa.
"Prioridade pessoal"
Houve vitórias em certos pontos, como no desmatamento, porém em vastas regiões do planeta a situação no tocante ao meio ambiente até mesmo piorou. O relatório menciona a pesca descontrolada, as secas e as mudanças climáticas.
"Se a tendência prosseguir, e os padrões de conduta na produção e consumo de recursos naturais não puderem ser revertidos, então os governos vivenciarão perdas e danos numa dimensão inusitada", advertiu o diretor teuto-brasileiro do Pnuma.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, declarou em Nova York que ainda há muito a se fazer, para que tenha sucesso a conferência internacional, realizada no Rio de Janeiro de 20 a 22 de junho. Ele acredita que os líderes mundiais precisam transformar a Rio+20 em sua "prioridade pessoal".
Mais de 100 chefes de governo e de Estado estão convidados para o encontro, que ocorrerá 20 anos após a conferência do meio ambiente de 1992, na metrópole brasileira. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não participará, e tampouco os chefes de governo da Alemanha, Angela Merkel, e do Reino Unido, David Cameron.
AV/afp, dpa, dapd
Revisão: Marcio Damasceno