Série de erros
6 de janeiro de 2011A explosão da plataforma de exploração de petróleo Deep Horizon, no Golfo do México, foi resultado de "vários deslizes individuais e erros cometidos pela BP, Halliburton e Transocean, que poderiam ter sido evitados", sentencia o relatório final da comissão criada por Barack Obama para investigar o maior vazamento de petróleo da história norte-americana.
O acidente registrado em 20 de abril de 2010 provocou a morte de 11 trabalhadores e despejou milhares de barris de petróleo na costa dos Estados Unidos. Segundo o relatório, as reduções de gastos por parte das empresas responsáveis pela plataforma contribuiu para a catástrofe.
"De forma proposital ou não, muitas das decisões tomadas pela BP, Halliburton e Transocean, que aumentaram o risco de explosão, fizeram com que essas empresas economizassem claramente tempo (e dinheiro)", diz o relatório. A comissão nomeada por Obama logo após a explosão, não tem, no entanto, autoridade para punir as empresas e criar novas políticas.
Responsabilidade
Segundo o vice-presidente da comissão, Bob Graham, a investigação mostrou que o desastre poderia ter sido evitado. "Essa catástrofe provavelmente não teria acontecido se as empresas responsáveis tivessem sido guiadas pela premissa de colocar a segurança em primeiro lugar."
A comissão também concluiu que o vazamento no Golfo foi resultado de "uma série de riscos, desatenções e erros óbvios". Segundo o relatório, "as raízes das causas são sistêmicas e, caso não haja uma reforma significante na prática industrial e nas políticas governamentais, casos semelhantes podem voltar a se repetir", avisam os relatores.
Culpa compartilhada
O consórcio petrolífero britânico BP não se manifestou depois da divulgação do documento. A companhia operava a plataforma, que era de propriedade da suíça Transocean. A Halliburton gerenciava o projeto que cimentou o poço de petróleo.
O relatório criticou o trabalho desenvolvido pela norte-americana Halliburton, que pode ter bombeado o cimento no orifício rompido sem ter feito testes prévios que indicassem que o material era estável.
A empresa, por outro lado, disse que havia comprovado a eficácia do material, e que a comissão "omitiu de modo seletivo informações que teriam sido fornecidas" ao grupo de investigadores oficiais.
A Transocean foi responsabilizada por não ter preparado os trabalhadores de forma adequada. Em resposta, a companhia afirmou que seus funcionários são "bem treinados" e considerados os melhores do ramo.
O vazamento de petróleo só foi controlado depois de três meses da explosão da plataforma. Estima-se que cinco milhões de barris de petróleo tenham sido despejados no mar. A britânica BP está sendo processada em bilhões de dólares pelo governo dos Estados Unidos.
NP/dpa/lusa/afp/rts
Revisão: Soraia Vilela