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Sarkozy se diz vítima do clã Kadafi

22 de março de 2018

Ex-presidente francês alega que acusações são sem provas e fruto de calúnias com intuito de vingança de círculo do ex-ditador da Líbia. Ele é acusado de aceitar doações do regime líbio para campanha presidencial de 2007.

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Ex-presidente francês Nikolas Sarkozy dentro de carro ao deixar custódia
Ex-presidente francês Nikolas Sarkozy dentro de carro ao deixar custódiaFoto: picture-alliance/AP/F. Mori

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy se diz vítima de acusações sem prova baseadas unicamente em declarações do próprio Muammar Kadafi e dos membros de seu clã, visando vingança por seu papel como presidente da França na intervenção militar que derrubou o ditador líbio.

"Eu fui o chefe da coalizão que destruiu o sistema de Kadafi e paguei um forte preço por essa campanha, raramente igualada, de lama, calúnias e tolices", afirmou.

Em uma declaração realizada diante dos juízes responsáveis pelo caso e publicada nesta quinta-feira (22/08) pelo site do jornal Le Figaro, o político nega as acusações. Sarkozy é acusado de ter aceitado até 50 milhões de euros de Kadafi para financiamento ilegal de sua campanha eleitoral de 2007.

Após as 25 horas em que foi interrogado sob custódia, o ex-chefe de Estado, de 63 anos, foi indiciado na noite de quarta-feira por suborno passivo, financiamento ilegal de campanha e ocultação de fundos públicos da Líbia. 

O interrogatório começou na terça-feira e, incluindo um recesso de nove horas durante a noite, se prolongou até o final da tarde de quarta-feira, quando ele foi apresentado aos juízes.

No texto publicado pelo jornal francês, Sarkozy denuncia a "falta de provas materiais” para as incriminações e se diz "viver o inferno da calúnia” desde 2011, exatamente quando uma coalizão internacional liderada por ele mesmo, como presidente da França, lançou uma intervenção militar contra o regime de Kadafi.

O ex-presidente diz que já "pagou muito" pelo assunto já que, segundo sua análise, foram as acusações que motivaram sua derrota, por 1,5 ponto percentual de diferença, no segundo turno das eleições presidenciais de 2012, vencidas pelo socialista François Hollande. Ele também atribui a essa "campanha" sua derrota nas primárias da direita em novembro de 2016.

Seus ataques se dirigiram em particular ao negociador de armas e intermediário Ziad Takieddine. Um dos quatro acusados, ele diz ter transportado entre Trípoli e Paris 5 milhões de euros em dinheiro originários do regime de Kadafi e que entregou a quantia diretamente a Sarkozy e ao seu então assessor, o ex-ministro Claude Guéant entre o final de 2006 e início de 2007.

Ele insistiu que Takieddine "mente" e que o empresário, que faz parte do "grupo" de Kadafi, não apresentou provas das reuniões que diz ter mantido com ele entre 2005 e 2011, que não existiram.

Segundo as acusações – investigadas pela Justiça francesa desde 2013 – a campanha eleitoral de Sarkozy de 2007, em que ele se elegeu presidente, teria sido financiada com ajuda do então ditador da Líbia, Muammar Kadafi, que teria fornecido secretamente ao francês um total de 50 milhões de euros.

MD/afp/efe/lusa/dpa

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