Sequestro no Iêmen
14 de junho de 2009O Ministério alemão do Exterior confirmou, neste domingo (14/06) o sequestro de sete alemães no Iêmen, juntamente com um cidadão britânico e uma sul-coreana. Entre os alemães, estavam um engenheiro, sua esposa e três filhos, como também duas enfermeiras. Eles trabalham em um hospital em Saada, a 240 quilômetros da capital Sanaa.
O Ministério iemenita do Interior responsabiliza os rebeldes xiitas pelo sequestro. Segundo a agência de notícias estatal iemenita Sada, os estrangeiros estariam agora em mãos do grupo rebelde xiita de Abdul-Malik al-Houthi.
Em Berlim, o Ministério das Relações Exteriores anunciou a instalação de um gabinete de crise, trabalhando em conjunto com a Embaixada Alemã no Iêmen e as autoridades iemenitas para esclarecer o caso.
Casos anteriores
Segundo a agência iemenita Saba, um grupo de nove estrangeiros haveria sido sequestrado na sexta-feira última, durante um piquenique próximo à cidade de Saada, no norte do país.
Na véspera, um grupo de sequestradores capturara na estrada entre Sanaa e Saada um ônibus com 22 pessoas. Entre elas, encontravam-se 14 funcionários estrangeiros de um dos hospitais de Saada. Os 14 médicos e enfermeiros da Índia, Egito, Sudão e Filipinas foram soltos já no dia seguinte, juntamente com seus familiares.
Segundo o governo iemenita, os sequestradores exigiam a libertação de dois rebeldes prisioneiros.
Um dos países mais pobres do mundo
A República muçulmana do Iêmen é uma das nações mais pobres do mundo e a mais pobre do Oriente Médio. A maioria de seus cerca de 20 milhões de habitantes é sunita. Em 2004, rebeldes xiitas iniciaram uma rebelião contra o governo em Sanaa, acusando-o de discriminação religiosa e econômica.
Centenas de líderes tribais não reconhecem o poder central do Estado. Tanto chefes de clãs como também fundamentalistas islâmicos têm sequestrado turistas e outros estrangeiros, a fim de fazer exigências ao governo.
Neste domingo, as autoridades iemenitas anunciaram a prisão de um dos mais importantes dirigentes da Al Qaeda do país. Segundo o Ministério da Defesa do Iêmen, trata-se de Hassan Hussein bin Alwan, financiador de atentados terroristas no Iêmen e na Arábia Saudita.
Indícios de sequestro
Atualmente, médicos e colaboradores de organizações de ajuda humanitária são os únicos a terem acesso à região em torno da cidade de Saada, na qual é comum ocorrerem confrontos entre tropas do governo e rebeldes do clã de Al-Houthi. Os conflitos já provocaram a morte de centenas de rebeldes, civis e soldados e a fuga de milhares de pessoas da região.
O governo do Iêmen comunicou que estaria fazendo todo o possível para libertar os reféns. Em Berlim, o Ministério alemão do Exterior ainda não mencionou se haveria indícios de exigências políticas ou do paradeiro dos desaparecidos.
CA/dpa/ap/rtr
Revisão: Augusto Valente