Sistema alemão dará alarme de tsunami na Ásia
3 de fevereiro de 2005
As atividades diplomáticas alemãs nos países do Sudoeste asiático ganharam uma intensidade inusitada desde a catástrofe do tsunami. Na próxima semana, o ministro das Relações Exteriores, Joschka Fischer, fará uma nova visita à região: apenas um mês após a sua primeira estada na Tailândia.
Também outros ministros alemães são esperados nos países assolados pela catástrofe. O ministro da Defesa, Peter Struck, fará uma visita aos soldados alemães em Aceh. A ministra da Cooperação Econômica, Heidemarie Wieczorek-Zeul, é esperada em Sri Lanka ainda no correr deste mês de fevereiro, onde tratará sobre a ajuda alemã para a reconstrução da área destruída pelo tsunami.
Mais importante, contudo, deverá ser a participação da ministra da Pesquisa, Edelgard Bulmahn, numa conferência a ser realizada na capital indonésia, Jacarta, de 14 a 18 de março próximo. Nessa ocasião deverá ser assinado o acordo para a instalação do sistema alemão de alarme prévio de tsunamis no Oceano Índico.
Alemanha financia
O sistema alemão tem um custo total previsto de 45 milhões de euros e deverá ser inteiramente financiado com verbas de prevenção de catástrofes da Alemanha. Para a Indonésia é um excelente negócio, uma vez que todo o sistema lhe será fornecido gratuitamente. Também Sri Lanka já manifestou interesse na tecnologia desenvolvida pelo Centro de Pesquisas Geológicas de Potsdam (GTZ).
A instalação do sistema deverá começar no outono setentrional do corrente ano. O navio alemão de pesquisas Sonne já se encontra na região, segundo o diretor do GTZ, Rolf Emmermann. A estrutura básica do sistema poderá estar pronta até o final do ano.
Ao contrário do sistema americano em funcionamento no Oceano Pacífico, a tecnologia alemã está baseada no registro de movimentos milimétricos de bóias, diretamente sobre as águas. Isso reduz enormemente o risco de alarmes falsos, afirma Emmermann.
A fase inicial
A implantação do sistema deverá ser feita em duas fases. Os primeiros trabalhos, a serem iniciados ainda este ano, incluem a criação ou ampliação de redes nacionais e internacionais de informação sismológica e a instalação de bóias no Oceano Índico.
Essas bóias dispõem de medidores de pressão e reconhecem abalos diretamente através da água. Elas medem o próprio movimento com enorme precisão, reduzindo assim o risco de erros. Tanto as bóias marinhas como os medidores de nível da água, instalados nas costas, são equipados com o Sistema de Posicionamento Global (GPS) e ligados diretamente a satélites.
Através dos satélites, os dados colhidos são enviados em tempo real para os observatórios sismológicos nacionais e regionais.
A primeira fase de implantação do sistema prevê também o treinamento do pessoal encarregado de operar o sistema nos diversos observatórios e centrais de alarme.
Rede de satélites
Na segunda fase, será implantada e operada uma rede de vários satélites. Trata-se, neste caso, de uma rede complementar do sistema já existente que observa deformações tectônicas da crosta terrestre. Os novos satélites permitirão registrar também as mudanças no nível do mar, utilizando a técnica do GPS.
Na região do Oceano Índico, apenas seis estações de observação sismológica estão atualmente à disposição, todas elas ligadas ao sistema dos EUA. Assim, já na primeira fase do projeto alemão, serão criados cerca de 30 a 40 novos centros de medição, com comunicação por satélite. Depois de concluída, a implantação do sistema de prevenção de tsunamis no Oceano Índico deverá ter um total aproximado de 250 estações de vigilância e observação.