Tribunal de Nova York livra policial de processo por morte de homem negro
4 de dezembro de 2014Um tribunal de Nova York decidiu nesta quarta-feira (03/12) não processar um policial branco que matou com uma chave-de-braço (gravata) um homem negro desarmado, em julho passado, apesar de peritos médicos terem afirmado que se trata de um caso de homicídio.
Logo em seguida, centenas de pessoas se reuniram na praça Times Square para protestar contra a decisão. O Departamento de Justiça anunciou que investigará o caso, que resultou na morte de Eric Garner, de 43 anos e pai de seis crianças.
Apesar de não ter se referido diretamente ao caso, o presidente Barack Obama disse que a decisão gera preocupação entre muitas comunidades minoritárias de que a Justiça não está funcionando para elas e as trata de uma maneira diferente.
Garner foi estrangulado por policiais, depois de ter sido detido por supostamente estar vendendo cigarros de forma ilegal. A autópsia revelou que ele sofreu de compressão do peito e do pescoço durante a detenção.
Um vídeo gravado por um morador da área permite ouvir Garner gritando aos policiais que não consegue respirar. Mesmo assim, os agentes não o libertaram nem prestaram assistência de primeiros socorros. Garner foi detido por seis policiais, três deles à paisana. O incidente aconteceu em Staten Island.
A decisão de não processar o policial Daniel Pantaleo, de 29 anos e que aplicou a gravata, eleva ainda mais as tensões raciais nos Estados Unidos, depois de um episódio recente em Ferguson, no Missouri.
A associação do policiais e a defesa de Pantaleo argumentam que ele usou um movimento permitido pela polícia e que Garner resistiu à ordem de prisão. O principal motivo para morte teria sido a má saúde da vítima.
No vídeo, Pantaleo passa o braço pelo pescoço de Garner, num golpe de chave-de-braço, proibido pela polícia de Nova York. Garner, que sofria de asma, grita várias vezes que não está conseguindo respirar.
Um segundo vídeo mostra que policiais e médicos aparentemente não se esforçam para reavivar Garner, que está deitado no chão, sem movimentos. Ele morreu no hospital, mais tarde.
AS/ap/rtr/afp