Trump pressiona por explorar floresta nacional no Alasca
28 de agosto de 2019O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou o Departamento de Agricultura do país a remover as restrições à exploração na Floresta Nacional de Tongass, uma área de 6,7 milhões de hectares no Alasca, segundo reportagem publicada nesta terça-feira (27/08) pelo jornal americano The Washington Post.
Se for de fato decretada, a medida poderá afetar mais da metade daquela que é considerada a maior floresta temperada intacta do mundo e permitirá a exploração de madeira, minérios e recursos energéticos, além da construção de estradas.
Trump discutiu o assunto com o governador do Alasca, o republicano Mike Dunleavy, e ordenou que seu secretário de Agricultura, Sonny Perdue, decrete a remoção das restrições.
As restrições à exploração em Tongass haviam sido impostas pelo ex-presidente Bill Clinton em 2001, dias antes de deixar a Casa Branca, ao interditar a extração de madeira em mais da metade da área e proibir a construção de estradas em mais de 2,3 milhões de hectares da floresta, no sudeste do Alasca.
Seu sucessor, George W. Bush, já havia tentado reverter a medida, sem sucesso. Durante anos, a floresta esteve no centro de disputas políticas envolvendo a exploração dos recursos naturais da região. Em 2016, o Serviço Florestal americano finalizou um plano para descontinuar gradualmente as atividades madeireiras no local em até dez anos.
O Congresso americano declarou mais de 2,3 milhões de hectares de floresta antiga como área selvagem, o que significa que ela deve permanecer livre de exploração. Se o plano de Trump avançar, mais de 3,8 milhões de hectares poderão ser explorados.
O Parque Nacional de Tongass possui grande quantidade de madeira de cedro, abeto e cicuta, com rios habitados por salmões e fiordes, além de ser um território vital para ursos pardos, veados-de-cauda-negra e pássaros como o açor-comum.
Políticos republicanos se queixam dos prejuízos à indústria madeireira no Alasca, que, segundo o Washington Post, emprega apenas 1% da mão de obra no estado, em comparação com os 8% da indústria de processamento de alimentos marinhos, como o salmão, e os 17% do setor do turismo.
RC/ots/efe
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