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Ucrânia condena homem em caso de morte forjada

2 de setembro de 2018

Kiev anuncia pena de prisão para autor de suposto complô contra crítico do Kremlin que encenara o próprio assassinato. Caso chamou atenção internacional, após repórter dado como morto aparecer vivo diante da imprensa.

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Jornalista ucraniano Arkadi Babchenko, durante coletiva de imprensa após assassinato encenado
Jornalista ucraniano Arkadi Babchenko, durante coletiva de imprensa após assassinato encenadoFoto: Reuters/V. Ogirenko

A Ucrânia anunciou neste domingo (02/09) ter condenado a quatro anos e meio de prisão o suposto mandante de um plano de assassinato contra o jornalista russo Arkady Babchenko, que havia forjado seu próprio assassinato em maio.

Segundo informações do serviço secreto ucraniano SBU, Boris German, um empresário de 50 anos, foi condenado na quinta-feira.

O caso de Babchenko causou sensação em todo o mundo, depois que autoridades ucranianas anunciaram o assassinato do crítico do Kremlin – mas ele reapareceu completamente incólume dois dias depois, em uma coletiva de imprensa.

De acordo com o SBU, German, diretor de uma empresa de armas ucraniano-alemã nascido na Ucrânia, se declarou culpado de planejar o assassinato de Babchenko. Ele também concordou em cooperar com as autoridades.

Ele teria oferecido 40 mil dólares a um assassino profissional, que denunciou o plano ao SBU.

Em 29 de maio, as autoridades ucranianas divulgaram a notícia de que o crítico do Kremlin Arkady Babchenko havia sido morto a tiros na porta de sua residência em Kiev, provavelmente por matadores de aluguel. Foram divulgadas até mesmo fotos do morto numa poça de sangue.

Dias depois, o jornalista, de 41 anos, apareceu de surpresa diante da imprensa, junto com funcionários do serviço secreto ucraniano, afirmando que, ao forjar seu assassinato, fora possível frustrar um atentado que era planejado contra ele por Moscou. A Rússia rejeita as acusações.

O assassinato encenado rendeu muitas críticas a Kiev. Jornalistas e grupos de luta pela liberdade de imprensa reagiram com irritação. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, lamentou que o incidente "possa minar a confiança na imprensa livre".

Uma das justificações da Ucrânia foi que o golpe tornou possível a obtenção de uma lista com nomes de 47 potenciais vítimas de atentado, entre eles, os de muitos jornalistas. O crime forjado não foi totalmente esclarecido pelas autoridades em Kiev, que deixaram muitas questões em aberto.

German havia sido preso pouco depois do assassinato forjado. O governo ucraniano afirma que ele planejou o assassinato real de Bachenko em nome de agências de inteligência russas.

O crítico do Kremlin Arkady Babchenko deixou a Rússia em fevereiro de 2017, afirmando ter recebido repetidas ameaças de morte. Ele morou primeiro na República Tcheca e em Israel, antes de se estabelecer em Kiev, onde trabalha como apresentador de TV.

MD/afp/dpa

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