UE cria agência contra pirataria na rede
11 de fevereiro de 2003Com a criação de uma agência para segurança nas redes de computadores, a Comissão Européia pretende combater de forma mais eficiente os hackers e a pirataria na Internet. No início de 2004, ela deve começar a funcionar com cerca de 30 especialistas, anunciou o comissário da Indústria da União Européia, Erkki Liikanen, ao apresentar os planos, na segunda-feira (10), em Bruxelas.
Segurança na era digital
"A segurança nas redes tornou-se uma das principais preocupações, especialmente após o 11 de setembro", disse Liikanen. A Comissão Européia deve aprovar oficialmente a proposta nesta terça-feira (11), em sua reunião em Estrasburgo. A agência deve desempenhar "um papel-chave na proteção da economia digital da Europa", como consta do projeto de resolução.
O novo órgão da UE deverá reunir dados sobre criminalidade cibernética e ataques de hackers através da Internet, e também coordenar os esforços dos países-membros em prol de maior segurança na rede. No nível europeu, falta uma instituição que abranja todas as informações sobre segurança de redes eletrônicas e as avalie, comentou o comissário finlandês Erkki Liikanen, justificando a iniciativa. No momento, não existe na UE cooperação além das fronteiras nacionais. E, no entanto, tal cooperação seria imprescindível para o bom funcionamento das redes de informação.
E-business conquistou Europa
Nos últimos anos, a Internet tornou o trabalho das empresas européias muito mais eficiente, mas ao mesmo tempo mais vulnerável a ataques e prejuízos, ponderou Liikanen. Nesse meio tempo, 90% das firmas na UE fazem uso da rede mundial e aproximadamente 40% da população dos países membros têm acesso à Internet. Assim, aumenta o perigo de ciberataques. "O pior de todos os cenários é o roubo de dados pessoais importantes", para o comissário.
Uma das principais tarefas da nova agência será interligar as instituições nacionais das indústrias. Seu trabalho deverá ter por base as estruturas já estabelecidas no plano nacional, tratando-se de ampliá-las e conectá-las umas às outras. "As indústrias terão, naturalmente, um destaque especial nesse setor", expôs Liikanen, acrescentando que a cooperação será voluntária, não se pretendendo impor diretrizes. Concentrando-se mais em questões tecnológicas, a agência não atuaria no plano penal, que deixaria a cargo das autoridades policiais e judiciárias.
Nos primeiros cinco anos de funcionamento, o novo órgão contará com um orçamento de 33 milhões de euros para servir a uma União Européia ampliada para 25 países membros. Nos próximos meses, o conselho de ministros deverá definir o local de sua sede.