Um dia após golpe, militares proíbem líderes políticos de sair da Tailândia
23 de maio de 2014Um dia depois de assumir o poder na Tailândia através de um golpe de Estado, o Exército impôs uma proibição de viagem contra a ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra e mais de uma centena de lideranças políticas nesta sexta-feira (23/05).
Um total de 155 políticos e ativistas, contra e pró-governo, não poderá, por enquanto, sair do país sem autorização, anunciou um porta-voz militar na televisão, afirmando que o objetivo da medida é "manter a paz e a ordem".
O comandante do Exército do país, Prayuth Chan-ocha, também convocou Yingluck para uma reunião. Destituída no começo de maio, a ex-primeira-ministra compareceu nesta sexta-feira a uma base militar em Bangcoc, ao lado de 22 aliados, incluindo parentes e ministros de seu gabinete deposto.
O general Prayuth assumiu a função de chefe de governo. "Enquanto não tivermos outro primeiro-ministro, o presidente do Conselho Nacional para Manutenção da Paz e da Ordem assume a responsabilidade de governar", comunicaram os militares. Também está previsto para esta sexta-feira um encontro entre Prayuth e o rei Bhumibol Adulyadej.
Na quinta-feira, a liderança militar depôs o governo e suspendeu a Constituição. Soldados detiveram várias lideranças de ambos os grupos rivais, militantes e políticos contra e pró-governo.
Situação tranquila nas ruas
Nas ruas de Bangcoc, a situação era tranquila após uma noite em que foi decretado toque de recolher. Devido ao fechamento das escolas e universidades, havia menos pessoas nas ruas do que o habitual na manhã desta sexta-feira. Não havia tanques nas ruas, e alguns poucos soldados podiam ser vistos em frente a prédios importantes.
O país está mergulhado numa crise política há sete meses, provocada por críticas ao governo de Yingluck, irmã do ex-premiê Thaksin Shinawatra, deposto em 2006 pelo Exército. Protestos em massa iniciados em novembro deixaram 28 mortos e centenas de feridos.
Yingluck foi destituída pelo Tribunal Constitucional, que a julgou culpada de abuso de poder. Antes disso, Yingluck havia determinado a dissolução do Parlamento e a realização de eleições antecipadas, as quais foram posteriormente anuladas pela Justiça.
MD/afp/dpa/rtr