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União Europeia pede que EUA apoiem acordo nuclear com Irã

11 de janeiro de 2018

Chefe da diplomacia do bloco europeu e ministros de França, Alemanha e Reino Unido garantem que pacto com Irã "funciona". Trump tem até sexta-feira para decidir se mantém alívio de sanções adotado por Obama.

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Da esq. à dir.: os ministros Jean-Yves Le Drian, Sigmar Gabriel e Boris Johnson, e a diplomata da UE Federica Mogherini
Da esq. à dir.: os ministros Jean-Yves Le Drian, Sigmar Gabriel e Boris Johnson, e a diplomata da UE Federica MogheriniFoto: Reuters/F.Lenoir

Representantes da União Europeia (UE), Alemanha, França e Reino Unido instaram, nesta quinta-feira (11/01), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a apoiar o acordo nuclear entre Irã e potências internacionais, apontado o pacto como essencial para a segurança internacional.

Os ministros do Exterior da Alemanha, da França e do Reino Unido reiteraram a importância do pacto, que limita as ambições nucleares do Irã, e insistiram que a República Islâmica segue respeitando o acordo assinado em 14 de julho de 2015. O pacto foi alcançado entre Teerã e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, EUA, França, Rússia e Reino Unido) mais a Alemanha.

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"Atualmente, não há nenhuma indicação que possa colocar em dúvida o respeito iraniano ao acordo", disse o ministro do Exterior da França, Jean-Yves Le Drian, em Bruxelas, após um encontro entre as autoridades europeias e seu homólogo do Irã, Javad Zarif.

Le Drian instou que todas as partes signatárias defendam o acordo e observou que "nossos aliados americanos também devem respeitá-lo" e que não há motivos específicos para qualquer ruptura.

Sob o acordo, o Irã retardou seu programa nuclear em troca de um alívio das sanções econômicas internacionais. Trump deve decidir até esta sexta-feira se estenderá o alívio das sanções ou se reinstituirá as restrições suspensas há dois anos por seu antecessor, Barack Obama.

O ministro do Exterior do Reino Unido, Boris Johnson, também apontou que ninguém apresentou um plano que possa ser tão efetivo para minar as ambições nucleares de Teerã. "Cabe aos que se opõem ao acordo realmente encontrar essa solução melhor, porque não a vimos até então", afirmou.

A chefe da política externa da União Europeia (UE), Federica Mogherini, que organizou a reunião desta quinta-feira, disse que "a unidade é essencial para preservar um acordo que está funcionando, que torna o mundo mais seguro e que está impedindo a corrida armamentista nuclear na região".

O ministro do Exterior da Alemanha, Sigmar Gabriel, ressaltou a importância de que o acordo com o Irã seja mantido num momento de tensões elevadas em torno da península da Coreia.

"É absolutamente necessário o sinal de que é possível evitar o desenvolvimento de armas nucleares por meio de uma abordagem diplomática, num momento em que outras partes do mundo estão discutindo como implementar armas nucleares", disse.

Representantes das principais potências mundiais e do Irã se encontram aproximadamente a cada três meses para avaliar a implementação do acordo, que é monitorado pelo organismo de controle nuclear mundial, a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA).

Funcionários do governo americano e outros especialistas familiarizados com o tema relataram à agência de notícias AP que Trump provavelmente apoiará o acordo por enquanto, mas que ele pode atrelar à sua decisão novas sanções. Estas poderiam atingir empresas e indivíduos cujas sanções foram anteriormente revogadas – algo que pode colocar em risco a disposição de Teerã para respeitar o acordo.

PV/ap/lusa

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