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Violência na Síria

27 de agosto de 2011

Forças de segurança sírias atiram em manifestantes, deixando mortos. ONU discute possibilidade de aplicar sanções contra Damasco, mas esbarra na resistência da Rússia.

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Nova onda de protestos foi a maior desde o início do levante
Nova onda de protestos foi a maior desde o início do levanteFoto: dapd

Pelo menos três manifestantes foram mortos pelas forças sírias durante protesto em prol da renúncia do presidente Bashar al- Assad, que reuniu, neste sábado (27/08), dezenas de milhares de pessoas, segundo ativistas no país.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (SOHR, na sigla em inglês) afirmou, com base em depoimentos de testemunhas, que o número de passeatas pró-democracia em Damasco, durante a madrugada de sexta-feira e na manhã deste sábado, foi o maior desde o início dos protestos em março último.

Duas entre as três vítimas mortas no confronto foram assassinadas quando as forças de Assad abriram fogo para dispersar os manifestantes, que saíam de mesquitas nas cidades de Quseir e Latakia, após as orações de al-Qadr, noite na qual os muçulmanos acreditam que o profeta tenha recebido o Alcorão.

Milhares de presos

Forças de Assad atiraram em manifestantes
Forças de Assad atiraram em manifestantesFoto: dapd

Neste sábado, as forças de segurança de Assad assumiram posição nos centros da resistência contra o regime. A presença militar foi maior principalmente nos subúrbios de Damasco e nas cidade de Deir al Zour, no leste sírio, bem como no porto de Latakia.

Dirigido pelo dissidente Rami Abdelrahman, o SOHR informou que forças sírias atiraram nos participantes de um funeral, que se transformou em protesto na cidade de Kfar Roumeh, localizada no noroeste do país, próxima à fronteira com a Turquia.

"Além dos assassinatos, outra tragédia na Síria são as detenções, desde o início do levante, de dezenas de milhares de pessoas, cujo paradeiro é desconhecido em muitos casos", disse Abdelrahman.

Sanções contra a Síria

Segundo as Nações Unidas, forças sírias mataram pelo menos 2.200 manifestantes desde que Assad passou a enviar tropas e tanques de combate para reprimir os protestos de rua, que já se arrastam por meses, em prol do fim de um regime que se prolonga já há 41 anos.

Autoridades sírias acusam "grupos terroristas" pelo derramamento de sangue e dizem que 500 militares e policiais foram mortos. A maioria dos jornalistas independentes foi expulsa do país, o que dificulta avaliar a veracidade das informações.

Assad ao lado de Kadafi em cartaz durante passeata
Assad ao lado de Kadafi em cartaz durante passeataFoto: dapd

Os Estados Unidos e a União Europeia instaram Assad a renunciar, mas as tentativas de impor sanções contra a Síria no Conselho de Segurança das Nações Unidas esbarrou na resistência da Rússia e da China, afirmaram diplomatas.

A Rússia tem uma base naval na Síria e é um dos principais fornecedores de armamentos para Damasco. Uma das sanções propostas na ONU é o embargo de armas, enquanto outras sanções propõem o congelamento das contas de Assad e daqueles que dão apoio a ele.

Contraproposta russa

Devido às divergências nas Nações Unidas em torno de uma resolução contra a violência na Síria, a Rússia pretende, nesta segunda-feira (29/08), enviar um funcionário do alto escalão para Damasco, informou a agência russa de notícias ITAR-TASS, citando o embaixador russo na ONU, Vitali Tchurkin.

Na última sexta-feira, a Rússia apresentou ao Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução que não prevê sanções contra a Síria. Na contraproposta ao projeto dos Estados Unidos e da União Europeia, apresentada pela Rússia, exige-se do presidente Bashar al-Assad somente a rápida implementação de reformas no país.

CA/rtr/dapd/afp
Revisão: Soraia Vilela