Xenofobia prejudica economia do Leste alemão, afirma governo
21 de setembro de 2016A crescente xenofobia no leste da Alemanha coloca em sério risco a recuperação econômica e a paz social na região, afirmou nesta quarta-feira (21/09) o governo federal, durante a apresentação do relatório anual sobre a unidade do país. O documento analisa as discrepâncias entre Leste e Oeste alemães.
Iris Gleicke, encarregada de Leste alemão do governo, disse ser frequentemente questionada sobre xenofobia no exterior, também por investidores estrangeiros. Ela disse que uma região que transmite a impressão de intolerância em relação a estrangeiros necessariamente sofrerá com desvantagens competitivas. Em alguns setores, como o turismo na Saxônia, é possível constatar um claro recuo, exemplificou.
Gleicke ressalvou que obviamente a ampla maioria dos moradores do Leste alemão não é xenófoba ou extremista. "Mas eu gostaria de ver essa maioria se posicionar de uma maneira mais decidida e clara", comentou, acrescentando que isso vale também para empresas da região e o setor gastronômico e hoteleiro.
A encarregada disse que a recuperação econômica do Leste alemão avança de forma contida nos últimos anos. "E essa é uma formulação bem amigável", acrescentou. Em 2015, a força econômica per capita do Leste era 27,5% inferior à do oeste. "O pior é que nada indica que essa lacuna possa ser preenchida no médio e longo prazo", disse Gleicke.
No relatório, o governo alerta que ataques a refugiados e centros de acolhimento, bem como os distúrbios violentos ocorridos em Heidenau e Freital, na Saxônia, por exemplo, viraram "símbolos de uma xenofobia que se solidifica". "Nos protestos contra o acolhimento de refugiados ficou claro que as fronteiras entre a manifestação cidadã e a agitação extremista de direita se tornam cada vez mais difusas", afirma o relatório.
Para Gleicke, a integração dos refugiados oferece uma chance para a economia do Leste alemão, fortemente afetada pela emigração de jovens e pela carência de mão de obra. Ela disse que a região deve se tornar um novo lar para refugiados com perspectiva de ficar na Alemanha.
AS/dpa/afp