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Afonso Dhlakama reaparece após duas semanas em parte incerta

ar / LUSA8 de outubro de 2015

O líder da RENAMO Afonso Dhlakama, reapareceu esta quinta-feira (08.10) na Gorongosa, centro de Moçambique, após ter desaparecido há quase duas semanas.

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Foto: António Cascais

No início da tarde Afonso Dhlakama saiu das matas da Gorongosa, na zona de Macucuá, e se apresentou aos jornalistas e observadores convidados pela RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana) para assistir ao reaparecimento público do líder da oposição.

O líder do principal partido da oposição em Moçambique limitou-se a agradecer a presença dos convidados, referindo que, após o incidente do dia 25 de setembro em Gondola, província de Manica, percorreu dezenas de quilómetros a pé pelo planalto e atravessou o rio Púnguè até à região da Gorongosa, província de Sofala.

"Mando uma mensagem para o povo. Contem comigo, não iremos desistir por temer a morte. Não tenho medo de morrer, para mim, já morri", afirmou Dhlakama, numa breve declaração aos jornalistas, acrescentando que a Renamo vai continuar a trabalhar e afastando qualquer vontade de vingança.

Reaparecimento testemunhado por mediadores no diálogo Governo/Oposição

Além dos jornalistas e dirigentes da RENAMO, a operação de retirada de Dhlakama da chamada parte incerta foi testemunhada por organizações da sociedade civil, como a presidente da Liga dos Direitos Humanos, Alice Mabota, e por vários mediadores no diálogo de longo-prazo entre oposição e Governo, como o académico Lourenço do Rosário e os líderes religiosos Dinis Sengulane, Anastácio Chembenze e Saide Abibo.O líder da oposição saiu esta quinta-feira da mesma região onde permaneceu escondido durante quase dois anos, na última crise com o Governo e que só terminou com um acordo de paz, assinado a 05 de setembro de 2014 em Maputo, com o ex-Presidente Armando Guebuza, após 17 meses de confrontações militares na região centro, que deixarem um número desconhecido de mortos e milhares de deslocados.

Lourenço do Rosário Mosambik
Lourenço do Rosário , um dos mediadores no diálogo de longo-prazoFoto: DW/J. Carlos