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Dhlakama deve sair em breve do seu esconderijo

Bernardo Jequete (Chimoio) /Lusa6 de outubro de 2015

Pode estar para breve a saída do líder da RENAMO do local onde se refugiou, no centro de Moçambique, depois dos confrontos armados de 25 de setembro, em Manica. Afonso Dhlakama não é visto em público desde essa altura.

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Foto: picture-alliance/dpa/Antonio Silva

O presidente da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) encontra-se em parte incerta desde o incidente, com a sua comitiva em Zimpinga, distrito em Gondola, na província de Manica, no dia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).

Contudo, há indicações de que Afonso Dhlakama pode estar no povoado de Chicaca, em Mussátua, no distrito de Gondola. Também se avança que se poderá ter refugiado na Gorongosa, onde poderá ter entrado pela região de Chiro, naquele distrito da província de Sofala.

Fonte partidária confirmou contactos para o líder da RENAMO sair do local onde se refugiou. E avançou que se trata de "preservar a vida" do líder do maior partido da oposição em Moçambique.

Mosambik Anschlag gegen Oppositionsführer Afonso Dhlakama
Viatura queimada no ataque contra a caravana de Dhlakama em Manica (26.09)Foto: DW/A. Sebastião

Segundo o delegado político provincial da RENAMO, Sofrimento Furai Matequenha, a saída de Dhlakama foi adiada devido a um reforço de efetivos das forças de defesa e segurança na região onde supostamente se encontra.

Em declarações em Chimoio, o deputado disse que está em curso a retirada das Forças de Defesa e Segurança (FDS) do local onde se acredita que o presidente da RENAMO está instalado.

Dhlakama quer "testemunhas"

"O presidente da RENAMO vai sair", garante Sofrimento Matequenha. "Ele prefere ter testemunhas para a sua saída", por uma "questão de garantia e segurança", explicou. "Não é porque eu tenha medo, é bom haver testemunhas a ver-me sair", declarou Afonso Dhlakama em entrevista ao canal privado STV.

Segundo o delegado provincial da RENAMO, tal como aconteceu aquando da sua saída de Sadjundjira, na Gorongosa, a questão da segurança continua a ser determinante, tendo em conta a envergadura dos ataques de que a comitiva do partido foi vítima, por duas vezes em menos de uma semana, na província de Manica.

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O porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica, Belmiro Mutadiua, disse que a disponibilidade demonstrada pelo líder da RENAMO significa "tranquilidade acima de tudo, o bem-estar da população e algum desenvolvimento da província", tendo em conta que os confrontos põem em causa o desenvolvimento socioeconómico. "A província de Manica foi a mais afectada nestes últimos tempos", lembra.

O maior partido da oposição moçambicana suspendeu as conversações com o Executivo há cerca de um mês, alegando ausência de progressos. A tensão agravou-se nas últimas semanas, depois dos confrontos armados. O Governo e a RENAMO deverão retomar em breve o diálogo político para o restabelecimento da paz no país, anunciaram as lideranças das duas partes.

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