Coligação CPO concorre às eleições angolanas em defesa dos professores
9 de agosto de 2012O angolano Conselho Político da Oposição é a mais antiga coligação política que atualmente luta por lugares no parlamento angolano. O CPO, sigla pela qual a coligação é conhecida, afirma que a sua aposta reside numa sociedade democrática.
O Conselho, composto por cinco partidos angolanos menos conhecidos, quer fazer a diferença nas eleições de 31 de agosto, embora nos centros urbanos, a sua campanha política não é tão conhecida.
De todas as coligações que avançam para estas eleições, esta é a mais antiga. Existe há cinco anos. O líder Anastácio João Finda diz que a social-democracia é o que o anima: "Felizmente temos uma coligação com várias tendências".
"Não aguentaram a pedalada"
Grande parte dos membros do CPO são desconhecidos na política angolana. Mas ainda assim, a campanha destaca principalmente a questão dos professores. Uma espécie de "coligação política dos professores."
O espaço de antena do Conselho Político da Oposição, reservado para expor os planos dos partidos concorrentes às eleições, é preenchido com apelos da classe dos professores, na sociedade angolana, à uma vida melhor.
O CPO integrava, há quatro anos, mais de 50 partidos, pequenos e alguns satélites. Atualmente são apenas cinco. Em entrevista a DW África, Anastácio João Finda justifica porque a maioria dos pequenos partidos desistiu da coligação.
"Em 2008, a coligação apresentou uma candidatura no Tribunal Constitucional, mas não foi aprovada. Reavaliamos então a estratégia, identificamos os erros e fomos trabalhando. Ao longo do caminho, houve grupos que não aguentaram a pedalada."
"Angola é um país democrático"
Anastácio João Finda, candidato à presidência da República em Angola, é o mais novo de todos os líderes partidários na corrida eleitoral. O professor de 47 anos é licenciado em Ciências da Educação e atualmente está a estudar Direito.
Se vencer as eleições no final do mês, o CPO quer olhar para uma Angola nova e lutar pela dignidade dos angolanos, esclareceu Anastácio Finda. "Angola é um país democrático. Cada um de nós deve saber estar nesse país." Ele diz ainda que é natural que não seja possível cumprir a democracia em 100%. "Mas que é possível, isso é", finaliza.
Autor: Manuel Vieira (de Luanda, Angola)
Edição: Bettina Riffel / António Rocha