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Crise política na Guiné-Bissau: Que solução?

Braima Darame (Bissau)19 de fevereiro de 2016

É uma pergunta que continua sem resposta. Presidente guineense volta a reunir-se esta sexta-feira (19.02) com partes desavindas para tentar solucionar a crise política. Sociedade civil vê sinais encorajadores.

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Domingos Simões Pereira (à direita) e José Mário Vaz (iamgem de arquivo)Foto: DW/B. Darame

O chefe de Estado guineense, José Mário Vaz, recebe separadamente, esta sexta-feira, os diferentes atores políticos envolvidos na contenda, incluindo os 15 deputados dissidentes do partido no poder, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). As reuniões separadas foram uma reivindicação do PAIGC e da mesa da Assembleia Nacional Popular, que se ausentaram dos últimos encontros promovidos pelo Presidente da República.

A sociedade civil guineense encara a marcação destas reuniões como um sinal encorajador. As organizações guineenses entregaram a José Mário Vaz um documento com novas propostas para ultrapassar o impasse político. Segundo Mamadu Queita, porta-voz do Movimento Nacional da Sociedade Civil, as sugestões foram "muito bem" recebidas pelo chefe de Estado.

Pacto de estabilidade?

Queita deixou ainda a entender, esta quinta-feira, que a proposta apresentada no Conselho de Segurança das Nações Unidas por Miguel Trovoada, representante da ONU em Bissau, concernente à assinatura de um pacto de estabilidade entre as forças vivas da Nação poderá ser discutida na próxima ronda negocial patrocinada pelo Presidente José Mário Vaz.

Silvestre Alves, líder do Movimento Democrático Guineense, defende a formação de um "Governo equilibrado" no âmbito desse pacto de estabilidade, que seria liderado pelo PAIGC, na qualidade de partido vencedor das últimas eleições legislativas: "Deverá constituir um Governo de consenso com as forças políticas representadas no Parlamento e com o presidente da República, necessariamente."

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Alguns observadores acreditam, no entanto, que o pacto proposto por Trovoada nas Nações Unidas acabaria por ser desrespeitado por membros da classe política guineense, tendo em conta experiências do género no passado.

Impacto na economia

Os agentes económicos estão preocupados com a crise política no país, que se arrasta desde dezembro. A campanha da castanha de caju, o principal produto de exportação guineense, poderá estar ameaçada se a crise não for resolvida em breve: "Previa-se começar em novembro com os preparativos, mas não se está a falar de nada sobre a campanha".

Falta pouco mais de um mês para o início da campanha de comercialização de caju.