Edil de Lichinga regressa ao posto de trabalho
30 de maio de 2016Depois de ser condenado por abuso de poder e atos de corrupção, o Presidente do Conselho Municipal de Lichinga regressou esta segunda-feira (30.05) ao seu posto de trabalho. Saíde Amido recusa-se, para já, a conceder entrevistas e comenta apenas que está bem de saúde.
A oposição critica o regresso do edil de Lichinga. Para o maior partido da oposição, a RENAMO, Saíde Amido devia abandonar imediatamente o seu cargo. Segundo o delegado político do partido na província do Niassa, Saíde Fidel, "a imagem do edil está totalmente destruída".
"Saíde Amido vai voltar para dirigir o Conselho Municipal e gerir os impostos dos munícipes da cidade de Lichinga, vai andar pelos bairros para sensibilizar as pessoas a pagarem impostos e transmitir informações sobre a gestão transparente mas ninguém vai acreditar nele", justifica o membro da RENAMO.
MDM e RENAMO concordam que Saíde Amido deveria renunciar ao cargo
Entretanto, o delegado político do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) no Niassa, Awilo Alique, também defende que o edil não deveria regressar ao posto de trabalho, em prol dos munícipes.
"Ele é um condenado, não podia retomar a este posto", afirma Alique reforçando que "os munícipes não querem saber dos ladroes". "Ele é um ladrão bem conhecido e mesmo no terreno não vai conseguir ter peso, nem credibilidade", justifica.
Opiniões dos municípes divididas
A DW África falou com alguns populares e não há um consenso pois os municípes da cidade de Lichinga não partilham todos a mesma opinião.
Um dos entrevistados disse que "se a matéria foi vista como normal, ele deve voltar a trabalhar".
Por outro lado, um outro, que também solicitou o anonimato, garante que discorda desta situação pois considera que a maioria das pessoas não gostou do comportamento do edil. "Acho que não é boa coisa e geralmente devia ficar a cumprir a pena", conclui.