População acredita que se fará justiça com edil da FRELIMO
10 de maio de 2016Uma semana depois da detenção do edil de Lichinga, no norte de Moçambique, os munícipes acreditam que se fará justiça. Saíde Amido foi detido preventivamente na passada quarta-feira (04.05) por suspeita de corrupção e abuso de poder.
A DW África ouviu alguns populares. Uma munícipe considera que a detenção foi brusca e diz que vai esperar até a verdade aparecer. Outro cidadão afirmou que a ideia da detenção é muito bem-vinda. "As pessoas já vinham reclamando, sobretudo pela forma como vinha desempenhando as suas funções. Houve várias acusações dias antes da detenção", refere o popular, que espera que esta detenção dê tempo a Saíde Amido para refletir e tomar consciência daquilo que cometeu.
FRELIMO diz que partido "não fica manchado"
O partido do edil de Lichinga, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), disse que a notícia da detenção apanhou o partido de surpresa. Carvalho Muaria, membro da comissão política da FRELIMO, acredita que, apesar do que aconteceu a "um camarada" que estava em exercício, "não é todo o partido que vai ficar manchado".
Segundo Muaria, "a FRELIMO defende que as coisas más e os que fazem mal devem ser punidos". Portanto, sublinha ainda, "não há aqui qualquer problema que possa pôr em causa a própria FRELIMO, porque o partido defende os interesses do povo moçambicano e defende a boa conduta dos seus quadros".
Em resposta, o maior partido da oposição em Moçambique, a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), diz que não esperava outro pronunciamento da FRELIMO. Segundo Saíde Fidel, delegado provincial do Niassa, "Saíde Amido não é um candidato independente e saiu como o melhor dos melhores quadros que o partido FRELIMO tinha".
O delegado da RENAMO lembra que "logo no princípio disseram que seria um homem comprometido pela vida dos munícipes e que a gestão transparente era uma bandeira que não se podia exibir. E agora, uma vez que demonstrou a fragilidade de ter caído na ratoeira da corrupção, o pronunciamento do partido FRELIMO foi infeliz.". O dirigente acredita que "a população não vai ficar convencida que a FRELIMO atua em forma normal".
Esta foi a primeira vez na história dos municípios em Moçambique que um edil da FRELIMO foi detido em pleno exercício, acusado de corrupção e abuso de poder.