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Estudo alemão aponta debilidades da indústria moçambicana

16 de setembro de 2011

A política industrial em Moçambique é fraca, concluiu um estudo do Instituto Alemão para Política de Desenvolvimento, DIE - Deutsches Institut für Entwicklungspolitik. Saiba quais são as fraquezas.

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Na imagem a sede dos Caminhos de Ferro de Moçambique. Esta empresa é o exemplo de uma grande empresa que pode ter uma papel importante na relação entre as grandes empresas e as pequenas e médias empresas em MoçambiqueFoto: picture-alliance/ dpa

Intitulado "Política industrial em Moçambique", o estudo do DIE aponta fraquezas e lacunas, por exemplo, em relação ao papel dos doadores e a intervenção de pessoas ligadas ao poder político no setor.
A pesquisa apresenta sete conclusões, e sugere algumas soluções, como por exemplo, a necessidade de uma política de desenvolvimento económico sustentável e a geração de empregos para a população.

A deficiente ligação empresarial entre os mega-projetos, ou grandes indústrias, e as pequenas e médias empresas, por exemplo, é um dos prejuízos para o setor industrial, em resultado também destas últimas não serem competitivas.

Friedrich Kaufmann, um dos pesquisadores que trabalhou em parceria com o DIE, Instituto Alemão para Política de Desenvolvimento, neste estudo, cita algumas medidas que o Estado pode fazer para melhorar esta relação. "O CPI, o governo devem fazer a ligação com as pequenas e médias empresas. Deve-se criar associações, que entre outras coisas capacitem essas pequenas e médias empresas".

Aluminiumschmelze MOZAL
Esta empresa, a MOZAL, faz parte do grupo dos mega-projetos que devem pagar mais impostos ao país, segundo economistas moçambicanos e outras vozes externasFoto: BHP Billiton

Falta uma política industrial

A MOZAL, o maior mega-projeto de alumínio no país, entretanto, é apontado como bom exemplo apesar de a sua relação com as pequenas e médias empresas ter começado tarde.

Já em relação a factores externos, o estudo considera que falta uma definição na actuação dos doadores, pois o grupo de países que ajuda o Estado moçambicano não é homogéneo relativamente a uma linha estratégica de ação no sector industrial.

Segundo Friedrich Kaufmann "não existe um grupo focal de doadores no desenvolvimento do sector privado." O pesquisador alemão diz, por exemplo, a indústria é um setor intersetorial muito complexo, e salienta que não existe uma política clara e nem uma política industrial em Moçambique.

Armando Emilio Guebuza
Armando Guebuza, presidente de Moçambique. O estudo apresenta uma visão critica sobre a participação do partido no poder, Frelimo, no setor privadoFoto: picture-alliance/dpa

A Frelimo nos negócios

A participação cada vez mais ativa de pessoas ligadas ao partido no poder, a FRELIMO, no mundo empresarial local, também foi destaque no estudo, onde se questionam os benefícios do tráfico de influência para esta nova ala do empresariado local. Friedrich Kaufmann considera que isso como concorrência ilegal e aponta que a situação pode criar conflitos de interesses.

Face a estas fragilidades e lacunas no setor industrial local, o estudo do DIE sugere algumas ideias para alavancar a indústria moçambicana, são elas: a redução da burocracia, da corrupção, a focalização dos recursos para uma estratégia inteligente com vista a criação de condições sobretudo no que diz respeito as infraestruturas para setores onde eles tenham vantagens comparativas positivas.

Autora: Nádia Issufo
Edição: Helena de Gouveia

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