Etiópia denunciou sanções impostas pelos EUA à Eritreia
13 de novembro de 2021"O verdadeiro alvo das sanções e medidas mais duras tomadas pelo Governo do Estados Unidos e pela comunidade internacional como um todo devem ser a TPLF", a Frente de Libertação do Povo do Tigray que domina esta região, disse hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros etíope.
Em comunicado, o Ministério da Informação da Eritreia também veio hoje condenar as sanções impostas pelos Estados Unidos considerando-as "ilegais e imorais".
"Estas sanções unilaterais que culpam a Eritreia e fazem dela um bode expiatório com base em alegações falaciosas, violam do direito internacional e constituem uma violação flagrante (…) da soberania", afirmou o Ministério da Informação num comunicado citado pela AFP.
Os Estados Unidos da América (EUA) impuseram esta sexta-feira (12.11) sanções contra o partido governante da Eritreia e o exército eritreu, acusando-os de ameaçar a integridade da Etiópia ao alimentar o conflito mortal no norte do país.
"Condenamos o papel contínuo dos atores eritreus em contribuir para a violência no norte da Etiópia, que ameaça a estabilidade e integridade da Etiópia e está a causar uma catástrofe humanitária", disse, em comunicado, o principal responsável das sanções do Tesouro norte-americano, Andrea Gacki.
Sanções "ilegais e imorais"
O Ministério da Informação da Eritreia considera as sanções de "ilegais e imorais", depois de Washington ter aumentado a pressão sobre os atores do conflito em Tigray.
"Estas sanções unilaterais que culpam a Eritreia e fazem dela um bode expiatório com base em alegações falaciosas, violam do direito internacional e constituem uma violação flagrante (…) da soberania", afirmou o Ministério da Informação num comunicado citado pela AFP.
"Condenamos o papel contínuo dos atores eritreus em contribuir para a violência no norte da Etiópia, que ameaça a estabilidade e integridade da Etiópia e está a causar uma catástrofe humanitária", disse, em comunicado, o principal responsável das sanções do Tesouro norte-americano, Andrea Gacki.
No mesmo dia, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, advertiu que a Etiópia corre o risco de "implosão", o que conduziria a uma agitação devastadora na região, se o governo e os rebeldes não realizarem conversações.
Consequências para outros países
A falta de acordo entre as partes "conduziria à implosão da Etiópia e teria consequências para outros países da região, e seria igualmente desastroso para o povo etíope e para os países da região", afirmou.
"A outra opção é parar todas as ações militares em curso, sentar-se à mesa e negociar um verdadeiro cessar-fogo para permitir o acesso humanitário a todas as áreas onde as pessoas precisem", adiantou Blinken.
O secretário de Estado norte-americano, que visitará o país vizinho da Etiópia, Quénia, na próxima semana, reiterou também o seu apoio aos esforços de paz do enviado da União Africana (UA) para a região, Olusegun Obasanjo.
O Governo federal da Etiópia, liderado pelo vencedor do Prémio Nobel da Paz de 2019, Abiy Ahmed, está em guerra há um ano contra a Frente de Libertação do Povo do Tigray (TPLF, na sigla em inglês) no norte do país.
A guerra entre os rebeldes da região etíope do Tigray e o executivo central da Etiópia começou em 04 de novembro de 2020, quando o primeiro-ministro etíope ordenou uma ofensiva contra a TPLF como retaliação por um ataque a uma base militar federal e na sequência de uma escalada de tensões políticas.