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Guiné-Bissau: Aristides Gomes empossado primeiro-ministro

Lusa | mjp
22 de junho de 2019

Cerimónia de posse teve lugar este sábado (22.06), depois de Aristides Gomes ter sido nomeado primeiro-ministro da Guiné-Bissau pelo Presidente José Mário Vaz.

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Guinea-Bissau und der Premier Minister
Foto: DW/B. Darame

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, garantiu que encara a nova função como uma missão do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e que vai cumprir o programa de governação do partido. 

"Encaro esta função como uma missão do PAIGC. Na outra função que tinha era primeiro-ministro de consenso, de vários partidos e da comunidade internacional, mas não deixei de ser militante do PAIGC", afirmou Aristides Gomes. 

Aristides Gomes falava na sede do partido, depois de ter tomado posse como primeiro-ministro numa curta cerimónia na Presidência guineense, onde não prestou declarações aos jornalistas. 

Do Palácio da Presidência, Aristides Gomes seguiu a pé para a sede do partido, situado ao lado do edifício da Presidência, para se dirigir aos militantes do PAIGC, que aguardavam e aplaudiam. 

"Sabem os ataques que sofri, mas o importante era cumprir a minha missão, que era organizar eleições (legislativas) para desbloquear a crise na Guiné-Bissau", disse Aristides Gomes, garantindo aos militantes do partido que vai cumprir o programa do PAIGC. 

Gomes aprovado após rejeição de Simões Pereira

O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, nomeou Aristides Gomes primeiro-ministro do país, depois daquele ter sido indicado pelo PAIGC. Aristides Gomes, sociólogo formado em França e do comité central do PAIGC, permanece no cargo que assumiu em abril de 2018. O seu nome foi indicado na sexta-feira pelo PAIGC, depois de o Presidente guineense, José Mário Vaz, recusar nomear para o cargo o presidente do partido, Domingos Simões Pereira. 

O PAIGC venceu as eleições legislativas de 10 de março na Guiné-Bissau, mas sem maioria, conseguido apenas obter 47 dos 102 deputados do Parlamento. O partido fez um acordo de incidência parlamentar e governativa com mais três partidos, conseguindo 54 deputados. 

A CEDEAO deu um prazo até domingo para serem nomeados o primeiro-ministro e o Governo de acordo com o partido maioritário no Parlamento. 

Nomeação "em nome da paz"

Numa mensagem publicada nas redes sociais, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) refere que indiciou o nome de Aristides Gomes para o cargo de primeiro-ministro da Guiné-Bissau em "nome da paz" e da estabilidade do país. 

"Cientes de que o regime JOMAV (nome pelo qual é conhecido o Presidente guineense, José Mário Vaz) é insensível ao sofrimento do nosso povo, manteremos a nossa luta no campo democrático para que possamos tirar pela via das urnas os inimigos do nosso povo dos cargos que jamais souberam honrar", acrescenta na mensagem o partido guineense. 

O PAIGC venceu as eleições legislativas de 10 de março e tinha indicado o nome do seu líder, Domingos Simões Pereira, para o cargo de primeiro-ministro, mas o Presidente guineense recusou. 

"Persistem divergências que estiveram na origem da crise que o país viveu recentemente e acrescido de apelos à sublevação militar, à falta ao dever de respeito institucional, consubstanciados em insultos, impropérios e inverdades dirigidas à pessoa com quem o referido candidato pretende trabalhar no mais alto quadro institucional da República", pode ler-se numa carta enviada pelo Presidente guineense ao partido. 

O PAIGC tinha inicialmente anunciado que iria voltar a apresentar o nome de Domingos Simões Pereira, mas depois de uma série de encontros internos o partido terá decidido avançar com o nome de Aristides Gomes, mas não o anunciou publicamente. 

Artigo atualizado às 20:00 (CET) de 22 de junho de 2019.

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