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Postos de saúde vendem contracetivos gratuitos

7 de agosto de 2020

Na Zambézia, unidades de saúde públicas estão a vender contracetivos pensados para distribuição gratuita. A prática coloca problemas graves a mulheres sem meios. As autoridades recusam-se a comentar a situação.

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Mosambik Quelimane | Coronavirus | Gesundheitszentrum
Foto: DW/M. Mueia

Em causa está um medicamento tomado por injeção, o Depo, que deveria ser distribuído gratuitamente nas unidades sanitárias. Na província central da Zambézia há centros de saúde que só disponibilizam este método contracetivo mediante o pagamento de 50 meticais, que equivalem a cerca de 80 céntimos do euro.

A situação foi denunciada à DW África por várias mulheres que se veem obrigadas a recorrer a métodos de planeamento familiar inadequados por falta de dinheiro para pagarem aos técnicos de saúde. Os técnicos de saúde justificam a venda do medicamento gratuito com uma alegada escassez de contracetivos.

Postos de saúde vendem contracetivos gratuitos

Responsáveis recusam prestar esclarecimentos

No posto de saúde de Sangarriveira, em Quelimane, várias mulheres confirmaram que tiveram que desistir do medicamento por falta de meios.

"No centro de saúde disseram que não há, estou à espera para ver se alguém tem para comprar. O valor vou arranjar, não é porque tenho. Mas a minha mãe não conseguiu o valor e o caso dela esta pendente", diz uma cidadã. Contactada pela DW África, a diretora do posto de saúde de Sangarriveira recusou comentar.

Também na unidade sanitária de Micajune, em Quelimane, há denúncias da venda da injeção gratuita e sinais de escassez de métodos contracetivos. "Hoje não encontrei DEPO, levei comprimidos", disse uma cidadã, acrescentando que tem que aceitar o que houver, mesmo que não seja o adequado. "Os comprimidos provocam enjoos mas o Depo, não," acrescenta.   

Sem acesso ao planeamento familiar habitual, muitas mulheres têm de se sujeitar a outros métodos contracetivos com efeitos secundários indesejados.

"Estou a fazer planeamento familiar há quatro anos. No mês passado levei comprimidos para casa e fiquei um mês a menstruar", contra outra cidadã. Também as autoridades de saúde na província da Zambézia recusaram comentar a situação.