Moçambique: Quatro detidos por homicídio de albino
26 de janeiro de 2024"Com eles foram encontradas ossadas humanas prontas para serem comercializados no mercado negro no valor de 15 milhões de meticais [216 mil euros]", disse o porta-voz provincial do Serviço Nacional de Investigação Crimina (Sernic), Alfeu Sitoe, em conferência de imprensa, a partir da Beira, na província de Sofala, esta sexta-feira (26.01).
Sitoe acrescentou que os detidos, autores confessos do crime, terão aliciado a vítima com uma bebida alcoólica de fabrico caseiro e que, depois de embriagado, o espancaram até à morte.
"Enterraram o corpo por dois dias. No terceiro dia voltaram ao cemitério para retirar os ossos", explicou.
Foram detidos os dois autores do homicídio e os dois negociadores quando estes procuravam por "comprador" para os órgãos, frequentemente utilizados em atos de feitiçaria tradicional, detalhou o porta-voz do Sernic.
Em países africanos é frequente a morte de albinos para fins obscurantistas.
As pessoas com albinismo têm sido vítimas de perseguições, violência e discriminação devido a mitos e superstições, que incluem o uso de órgãos ou ossadas em rituais, sendo colocadas entre os principais alvos de violações de direitos humanos.
Desde 2014, só em Moçambique, pelo menos 114 pessoas com albinismo desapareceram em circunstâncias não esclarecidas, segundo os últimos dados da Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH).
O albinismo é uma doença genética caracterizada pela ausência total ou parcial de pigmentos na pele, cabelos e olhos.